O vento passa a rir, torna a passar,
Em gargalhadas ásperas de demente
E esta minha alma trágica e doente?
Não sabe se há-de rir, se há-de chorar?
Vento de voz tristonha, voz plangente,
Vento que ris de mim, sempre a trossar,
Vento que ris do mundo e do amar,
A tua voz tortura toda a gente!...
Vale-te mais chorar, meu pobre amigo!
Desabafa essa dor a sós comigo,
E não rias assim!...Ó vento, chora!
Que eu bem conheço, amigo, esse fadário
Do nosso peito ser como um Calvário
E a gente andara a rir pela vida fora!...
Florbela Espanca
Em gargalhadas ásperas de demente
E esta minha alma trágica e doente?
Não sabe se há-de rir, se há-de chorar?
Vento de voz tristonha, voz plangente,
Vento que ris de mim, sempre a trossar,
Vento que ris do mundo e do amar,
A tua voz tortura toda a gente!...
Vale-te mais chorar, meu pobre amigo!
Desabafa essa dor a sós comigo,
E não rias assim!...Ó vento, chora!
Que eu bem conheço, amigo, esse fadário
Do nosso peito ser como um Calvário
E a gente andara a rir pela vida fora!...
Florbela Espanca
2 comments:
…………
Baste! É a impressão um tanto ou quanto metafísica,
Como o sol pela última vez sobre a janela da casa a abandonar,
De que mais vale ser criança que querer compreender o mundo —
A impressão de pão com manteiga e brinquedos
De um grande sossego sem Jardins de Prosérpina,
De uma boa-vontade para com a vida encostada de testa à janela,
Num ver chover com som lá fora
E não as lágrimas mortas de custar a engolir.
……….
Álvaro de Campos
(F)
e os outros?
.
beijo.
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