08 January 2007

O Sorriso

Olho pelo retrovisor, naquele pequeno quadro desenha-se um casal, que segue no carro atrás, olhares perdidos em sentidos opostos e com pensamentos dissonantes concerteza, próximos do “não tenho mesmo solução”, “que estou a fazer aqui”, rotinas instaladas, desinteresses assumidos. Linguagem corporal escancarada, vazios de afectos e distanciados pelo dia-a-dia e muitas questões acessórias ao relacionamento em si.
No carro ao lado, um acesso de frustrações, descarrega dores incontidas, raivas, sobre os vizinhos, porque se atravessaram, porque travaram, porque estão penteados, porque se riem, porque parecem alegres, porque ... porque ... um inúmero de razões que nem ele próprio entende.
A tendência do não como resposta, com derrapagem à valorização pessoal pela negativa, transformando num favor quase pessoal o simples detalhe de mero serviço aos outros, a que se deveriam obrigar e sentir satisfação por dar, ser prestável, ser afável.
Que dizer então do sorriso, aquilo que nos conforta de encontro às faces que se vão cruzando connosco, rarea, sume-se em expressões faciais densas, pesadas, quase intransigentes na curva labial convexa. “Muito riso, pouco siso”, infeliz dizer que nos marca a evolução, a sequência geracional, que não marca diferença, antes intensifica este estar. O que vale uma valente gargalhada, quanto cura um sorriso franco, quanto perdem os que não o fazem.
Hoje estou assim, gostava que alguém organizasse o dia do sorriso, às 15 horas do dia x, uma onda pelo mundo como outras que se fazem com resultados desconhecidos, mas haveria certamente quem se risse por pensar ridícula a ideia, mas sempre ria ou no mínimo, sorria.

... e não se esqueçam de SORRIR !

“MC”

“Por que as pessoas gritam?
Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos:
- Por que gritam as pessoas quando estão aborrecidas?
- Gritamos porque perdemos a calma - disse um deles.
- Mas, porquê gritar quando a outra pessoa está ao lado? - Questionou novamente o pensador.
- Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça - retrucou outro discípulo. E o mestre volta a perguntar:
- Então não é possível falar-lhe em voz baixa? Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador. Então ele esclareceu:
- Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecida?O facto é que,quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações afastam-se muito. Ora, para cobrir essa distância, precisam de gritar para poderem escutar-se. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para se ouvirem um ao outro, através da grande distância. Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas? Elas não gritam, falam suavemente. E por quê? Porque os seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena, às vezes estão tão próximos os seus corações, que nem falam , somente sussurram. E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas trocam olhares e basta. Os seus corações entendem-se, é isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.
Por fim, o pensador conclui, dizendo:
-Quando vocês discutirem, não deixem que os seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não encontrarão mais o caminho de volta."

”Que seus dias sejam repletos de amor e paz!. "
Autor desconhecido

8 comments:

Anonymous said...

E o que é que se passava no interior do seu próprio carro? Sorriria enquanto sózinho observava tão detalhadamente os ocupantes do carro de trás e da frente? E que pensariam esses outros ocupantes desses outros carros acerca do homem que sózinho no carro os observava? Terão pensado: olha que feliz que deve ser aquele ali ao lado que sózinho no carro e sem ninguem com quem se entreter nos observa?......

Giorgia said...

um beijo e um sorriso! :)

Anonymous said...

entao e se cantarmos bem alto?
cientificamente é detectado da mesma forma que um grito.... o que temos em nós que destingue um do outro?

Anonymous said...

Pois. Normalmente é um mau hábito, que provoca frequentes enganos, estarmos tão prontamente dispostos a julgar, e principalmente a desaprovar... :)

Que 200/ lhe traga maior flexibilidade nesse espirito critico sempre tão [demasiado] presente. E sorrisos, claro.

Manuel Calçada said...

Upssssssss !!! comentários SEM comentário.
Terei acertado na "mouche" ?

Anonymous said...

A auto-regulação emocional, parece ser uma estratégia bem sucedida quando está simplesmente envolvida na imparcialidade. Mas em parte porque as lições que aprendemos a respeito das regras de exibição, variam de acordo com os modelos que tivemos, a aptidão das pessoas nesta área difere muito de umas para as outras. Mas já que assim é, porque não tirar partido do espectáculo que nos é oferecido nas intermináveis filas de trânsito e aproveitá-las como uma terapia? Advinhar, na expressão dos nossos vizinhos de marcha de caracol, por exemplo, o seu nome, a sua profissão, as suas preferências alimentares, actividades de lazer, tamanho dos pés, que tipo de sapatos usa,roupa interior...,sei lá, um sem fim de insólitos que acaba por nos distrair e divertir (a mim e à minha co-piloto), além de que desenvolve a imaginação e é um bom treino para recorrermos com mais frequência à nossa inteligência emocional. De tal forma que já temos dado por nós em comentários tipo:-Ohhh!-, mal o trânsito começa a fluir...Por isso não resisti a subscrever o seu "SORRIAM" e acrescentar que "Viver não é difícil, dificil é saber viver".

Anonymous said...

Não sei para quem é essa pergunta da mouche num "comentário não comento mas comento". Mas é verdade, não o que escreve mas o que cita: "chega um dia em que a distância é tanta que se perdeu o caminho de volta".

Anonymous said...

Un sorriso e: "Viva la figa"!!!!!