28 December 2008

24 December 2008

O Espírito de Natal / The Christmas Spirit


Espírito de Natal ...

reparo em pessoas que nunca se cruzaram antes, ter tempo para desejarem mutuamente dias felizes, ano vindouro cheio de coisas boas, extensivo às respectivas famílias. Acontece na azáfama das lojas super-lotadas com fila para a caixa de pagamento, nas pastelarias que nestes dias emanam cheiro de fritos adocicados e anunciam o melhor Bolo Rei. Reparo na amablidade com que uns quantos abrem portas e sorriem, se cumprimentam e repetem os votos da quadra que vivemos.

As buzinas que não páram de ser usadas poluem as ruas e as cidades num corre corre de stress de quem quer chegar apressadamente algures, outros atropelam-se, imgem de quem ainda procura soluções para comprar mais uns presentes para a família, mais ou menos próxima, amigos mais ou menos próximos, revelando a febre de consumismo que ataca ainda uma grande parte da população sujeita à quase obrigação de ter "coizinhas" para cada um.

Este ano fiz um pedido que desejo receber de cada amigo e conhecido, que cada pessoa que me deseje dias felizes, repletos de tudo de bom para mim e para os meus, o faça todos os dias em que nos encontremos, que prolongue esse desejo e voto para cada dia vindouro, que pratique isso com cada outro com que se cruze, que se crie esta "corrente" de compaixão, de simpatia, de Amor.

E porque não começarmos já?

Feliz Natal e que cada dia vindouro, esteja repleto daquilo que os vossos sonhos antecipem. Que a mensagem de Amor Incondicional de Cristo, nos preencha cada momento das nossas Vidas. Que sejamos capazes de perceber que o tempo da especulação, da irresponsabilidade Social e Ecológica terão que ser substituídos por Novos tempos de preocupação social, compaixão, compreensão, entre-ajuda e olhar futuro em conjunto.

Utopia? Talvez, mas este é o meu Desejo!

29 November 2008

Revoluções

As revoluções são hoje muito mais pacíficas, a não ser que, sejamos todos levados ao extremo da pressão e violência. as revoluções são hoje muito mais difíceis de acontecer, consquência do comodismo, pouca intervenção, pouca preocupação. A sociedade de consumo e o imaginário facilitismo do dia a dia, as opções tidas pelo lado do deixa andar e do laxismo criam os guidelines da sociedade actual.
As revoluções deverão fazer-se hoje em dia, por movimentos sociais que sugerem a utilização dos meios chamados New Media. Pena que , na sua maioria, não consigam singrar e desenvolver-se. Iniciativas bastantes aparecem diáriamente na net mas nunca seguem um rumo específico e determinado, com excepção de alguns movimentos que começam a ter expressão, muito pela eficácia das Petições Online.
Admiro sinceramente o movimento actual dos professores de Portugal e a capacidade que têm revelado de mobilização. Se colocarmos de lado algum corporativismo que existe, tenham ou não razão nas reivindicações que os fazem mover, traz-me a seguinte pergunta ao pensamento:


"Porque não seremos capazes de nos organizar e mobilizar por outras questões tão fundamentais para o nosso futuro, como a dos Professores?"


Tenho a certeza que no dia em que colocarmos de parte os interesses individuais ...

26 November 2008

Tengo ganas de escribirte


Tengo ganas de escribirte
deseo que vuelvas, que
te quedes conmigo mirando el río
decirte cada momento de pausa


Deseo escuchar tu voz fuerte
leyendo poemas que conozco
mirar tu cuerpo vibrante, iluminado
frente a las teclas, fuerte, enérgico

Deseo escuchar tu voz, caliente, intensala
antorcha de luz ilumina tu timbre
tus manos diseñan expresiones
de libertad, amplias por el espacio lleno

Miro tu boca sin vacilar, toco el cuerpo
pensando que eres tu ... tan cerca estas!
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MC

29 September 2008

Joshua Bell plays the Bruch violin concerto (II. Adagio)

Volto ... com música a mostrar e abrir caminho. Quero regressar suave, sentir cada passo neste espaço que me faz falta. Queria ser riacho e correr no intervalo dos sulcos em remoinhos alegres, divertidos, crepitar em salpicos cristalinos ... enfim ... como esta maravilhosa composição tocada pela sensibilidades de Joshua Bell, "de ficar a querer muito, muito mais".

28 September 2008

Valentino Rossi MotoGP 2008 Champion Motegi Japan

Sou um enorme fã deste fantástico Valentino Rossi. Aqui ficam os meus agradecimentos pelos momentos de Magia que ele nos proporciona fazendo aquilo que faz tão bem e ainda por cima, com a mesma energia, alegria, entrega com que o faz desde os 15 anos. Simplesmente maravilhoso.

20 June 2008

Glenn Gould - Beethoven's

Um Adagio soberbamente tocado com Tempo quase próprio ... para escutar devagar.

19 June 2008

Crescer Ser



A APDMF Crescer Ser, é uma Associação Idónea, Justa, extremamente bem organizada, Liderada por uma das pessoas mais extraordinárias com que me cruzei neste caminho, o Sr. Dr. Juíz Armando Leandro. Está nesta altura, razão de cada vez maiores dificuldades financeiras para se manter um muito bom nível de suporte, à procura de apoio para que, as crianças temporáriamente à sua guarda e responsabilidade, possam disfrutar de alguns (5-6) dias de praia. A Casa do Parque (uma das que fazem parte desta APDMF e do meu coração) está neste momento à procura de quem possa ajudar-nos a proporcionar essa oportunidade às crianças aí residentes, por isso ...

« Neste âmbito solicitamos a V. ajuda através de transferência para o NIB da nossa Casa Nº 003502090000557753005 ou através de cheque em nome da APDMF – Casa do Parque. Para a emissão do respectivo recibo é necessário enviarem para o nosso mail ou para o Fax 214167659 os dados com NOME, MORADA E Nº DE CONTRIBUINTE e Nº de TELEFONE.»

Espero que sejamos alguns a contribuir para isso. Obrigado à APDMF - Casa do Parque por tudo aquilo a que tenho assistido de entrega, abnegação e altruismo. Um Vivam Sempre, da nossa parte.

12 June 2008

'LET'S GET LOST' Official UK Trailer - IN CINEMAS JUNE 6TH

Juntam-se dois, extraordinários.

Lisboa Obras e Corrupção






Preocupante, sim. Expectável, muito. Normal, já todos achamos que sim e depois de perdida a capacidade de indignação e de revolta, a capacidade de protestar, consequência de maiores preocupações de sobrevivência diária, própria e da família imediata, todos os factos desta e de outra obra com idênticas consequências (Túnel do Rossio, etc) passam impunes, desfilando alegremente no palco das nossas apatias.


Só levanto esta questão por duas razões. A primeira para demonstrar que estamos sempre a tempo de fazer parar o projecto TGV Porto/Lisboa, defendido pelos "OTÁrios", sim os mesmos que fizeram aprovar esta obra. Disse ainda não há muito tempo na Quadratura do Ciclo SIC Notícias, aquele que hoje é CEO da maior construtora nacional, que os políticos têm memória curta. Esta frase foi repetida à exaustão nas apresentações do mesmo programa de debate, fazia-me sempre recordar a obra agora em questão. Pois ele sabia bem do que falava. A decisão final, contra muitas vozes, de se levar o metropolitano da Baixa-Chiado até Stª Apolónia foi do Sr. Ministro das Obras Públicas à época. Essas vozes antecipavam a questão que acabou por acontecer e uma ainda mais e muito mais grave que se relaciona com a segunda questão.


Os estacamentos de madeira que sustentam todo o espaço que Lisboa ganhou ao rio Tejo e que, feitos de Pinho, dependem do facto de estarem permanentemente submersos, passaram agora a ter uma barreira que impede o normal fluxo da água das marés, sujeitando-as à exposição ao ar o que, virá a acelerar o processo de apodrecimento das mesmas. Excepto um artigo há algum tempo atrás no "EXPRESSO", sobre este assunto, não vejo quase nada escrito mas, seria interessante perceber como os cerca de 200 edifícios dos 400 existentes na Baixa Pombalina irão ser capazes de se manter e por quantos anos mais. Quanto irá custar a obra de contenção nessa altura ou se, irá haver dinheiro suficiente para o fazer, é mais um dos inúmeros problemas que, consequência de decisões egocêntricas de deixar"obra feita" a que este governo também nos sujeita, iremos deixar para as gerações vindouras.
Cada vez mais penso que, de forma diversa dos 48 anos anteriores, os 30 mais recentes irão deixar uma marca muito mais profunda e com consequências mais nefastas para o país. As novas gerações terão que alterar a maneira de pensar e de actuar, com objectivos muito mais envolventes e preocupados, com mais entrega e menos egoísmo, serão eles capazes? Lisboa e Portugal agradecerão!
De facto o artigo do "Público" termina com, para mim, um dos parágrafos mais importantes de toda a peça, prova inequívoca de que a vontade de levantar poeira não existe, não vá alguém espirrar com crise alérgica e dar nas vistas por isso.
«No relatório, o Ministério das Obras Públicas, que tutela o Metropolitano de Lisboa, afirma que "o comportamento das partes envolvidas neste processo decorreu sempre no respeito pela legalidade que deve caracterizar a actuação dos poderes públicos".» Uma verdadeira pérola conclusiva, não acham?
.

10 June 2008

Anoushka Shankar / Joshua Bell / www.medici-arts.tv

Fantásticos "herdeiros" de dois outros "monstros" . Sir Yehudi Menuhim e Ravi Shankar

06 June 2008

Crescer e Poder Ser - The Dhaka Project







O exemplo sóbrio, sereno, de Maria do Céu Conceição, capaz de envolver tudo e todos, mover obstáculos e espalhar compaixão, compreenção, sabedoria.

Há oportunidade de participar, com o apadrinhamento de alguém que realmente precisa. Sim sei, isto passa-se tudo do outro lado do mundo, não é no meu "quintal" e por cá, estaremos perto de estar tão necessitados, mas iniciativas destas, que atingem o ser humano em qualquer ponto do nosso planeta, são um exemplo daquilo que poderemos fazer por cá.

Por outro lado, notar que as boas práticas e os bons exemplos são seguidos, faz-nos acreditar que, a semente do exemplo de Muhammad Yunus e o Grameen Bank que criou, se estão já a espalhar. O Dhaka Project segue-lhe agora o exemplo, tímido ainda por falta de disponibilidade mas, a acreditar que esta é a via, este é o caminho, esta é uma das soluções.

Daqui, a minha homenagem, apreço e carinho por este projecto e pela sua mentora, essa Portuguesa do Mundo.

«Every child deserves the opportunity to build a full and rewarding life. At The Dhaka Project, we maximize human potential. We try to bring hope to the children of Dhaka by providing sustainable skills and dignity needed to better their lives. We envision lifetime transformation.
The site has been designed to provide you with a quick insight into our work, the people and lives involved and our progress against our ambitions. We hope you find it informative and helpful. If you have any queries, please feel free to contact us.Swiftly reacting to shelter, clothing, food and medical needs. Educating to open doors and opportunities Helping families to be self-sufficient Using local economy and providing support longevity
Would you like to help?

31 US dollars feeds a child for one month
150 US dollars is the a full year of education
223 US dollars provides one room for a family, including electricity and gas costs for a whole year
Future Goals
1. Raise enough money [$1 million US] to buy a plot of land and build a school in Dhaka for 1000 children for primary / secondary / pre-university education + vocational skills training.
2. Continue to provide food, shelter, clothing, education and medical care to the children under the care of The Dhaka Project.
3. Find ways and means to generate revenue so that The Dhaka Project can, over time, become financially self-sufficient eg retail shop selling used donated clothes, catering of lunch meals to office workers, sell dresses/handbags/ladies purse made by sewing school ...
4. Inculcate in the children at a young age a caring concern for the environment through programmes like neighbourhood clean-up day, installing water wells for the community, setting up public lavatories for the community, shower facilites, tree-planting, solar panels, clean up the lakes.
5. Open a Medical Centre for the slums.»

05 June 2008

The Kiss - End of the Affair

Pedaços mágicos de vidas, peças moldadas por quem sabe, sensualidades levadas ao extremo, a beleza da luz ténue que ilumina o essencial. Que beleza ... que ... e o silêncio e a música !

Ennio Morricone - Gabriel's Oboe from

Mais magia é impossível, como tornar esta pequena peça, num Mundo de sentidos ...

Da minha janela

Traça um risco, quase imperceptível, em arco
oblíquo, ténue contra o azul céu, quando segue
o pôr-do-sol, que mais abaixo a tocar de leve
o horizonte, reflecte os últimos brilhos nas nuvens
desordenadas deixadas pelo fim do dia.
Chamam-lhe nova, cada vez que acontece,
quando anuncia a renovação, o reinício, recria e
se recria para gozo das esperanças lançadas,
desejadas em segredo, anunciadas aos ventos e
ao sol que se deita em palavras de amantes,
trocadas em sussurros ao ritmo do respirar.

Magnífico reencontro diário com bêncãos,
quadros desenhados ao sabor dos dias, de
cada dia, de cada momento, de cada presença.
Convite ao sabor, das coisas, dos pensamentos
dos desejos ... de deixar!

Amazing Universe

A nossa Via Láctea, como nunca vista antes, com a explicação detalhada quanto possível, aqui no APOD

13 May 2008

Macro-causas

Apesar de Língua, a nossa Língua Portuguesa ser dinâmica, este Acordo Ortográfico nada tem a ver com esse factor, nem vem enriquecer o seu uso diário, antes me parece desvirtuá-la. Se quiserem assinar o abaixo assinado contra o Acordo Ortográfico, por favor façam-no.

12 May 2008

as 2857 Reformas que nos deviam preocupar a todos.



«A lista da Caixa Geral de Aposentações, publicada em Diário da República, mostra que só no próximo mês de Junho o número de novos aposentados atingirá os 2516, o valor mensal mais elevado desde Fevereiro de 2006. No entanto, no conjunto dos seis meses entre Janeiro e Junho e de acordo com as contas da agência Lusa, o número de novos reformados da função pública totalizou 9854, com a maioria deles (29 por cento) a pertencerem ao Ministério da Educação.» in "Público"



Não me refiro às reformas milionárias dos gestores(?) públicos ou de empresas quase públicas que também nos devem preocupar a todos. Refiro-me sim aos cerca de 2857 professores que estão em idade de reforma ou que podem antecipar a idade de reforma, desde que tenham o tempo de serviço completo.



Sendo a favor da redução drástica do peso da máquina do estado nas contas públicas, preocupa-me o facto de, a mecânica e o critério que permitem este esvaziamento dum sector crucial ao desenvolvimento do país, serem os mesmos exigidos para qualquer funcionário de uma repartição escondida, repetida 13 vezes no mesmo número de institutos redundantes, em que, dificilmente alguém conseguirá justificar a sua existência.



Se olharmos mais atentamente e também eu, alertado por professores das nossas escolas públicas abrangidos por esta situação, chegaremos à conclusão que aqueles professores e professoras, verdadeiros mestres, dedicados, atentos e que transportam uma carga de experência pedagógica e de conhecimento fulcrais, irão deixar esta actividade, lamentando, com a consciência de que poderiam continuar a ser úteis, que poderiam continuar a ajudar legiões de estudantes com elevada capacidade e vontade de aprender e crescer, porque os há, e muitos! A razão invocada, não oficial, claro está de se ver, é que não percebem porque é que este governo os está a tratar tão mal, a colocá-los em situação de perda de condições de trabalho, falta de respeito e todos os detalhes sobejamente reconhecidos por quem segue este assunto nos ultimos meses.



Sou resultado de uma escola pública que revisitei há pouco tempo. Reencontrei algumas das minhas professoras, que no meio de um período complicado como foram os anos 1975 a 1979, conseguiram manter em funcionamento de elevada qualidade um dos melhores Liceus de Lisboa. Produziram com o seu empenho, qualidade, entrega, gente que hoje nos orgulha, nas engenharias civil, mecânica e electrotécnica, advogados, gestores, médicos, artistas e mais um sem número de profissionais e profissões. Ao longo destes anos todos, continuaram a manter essa escola pública nas classificações qualitativas que ombreiam com os melhores (?) colégios privados do país. Pois, fiquei a saber que, muitas e muitos desses profissionais, poderão optar por abandonar (esta a palavra utilizada) o ensino, fazendo uso das condições especiais, por acharem que já não têm condições anímicas para continuar.



Não seria esta uma profissão para qualquer governo se apaixonar?

Não seria o suficiente, acarinhar esta gente que tanto deu de si, lidando com as nossas idades difíceis e mostrando-nos os caminhos a percorrer, fazer-nos crescer a sede de conhecimento, animando-nos quando nos apeteceria era "mandar às ortigas" determinadas disciplinas?

Não merecem eles e elas, nesta altura das suas vidas, o nosso reconhecimento, agradecimento e porque não, pedir-lhe que permaneçam, porque vem deles muito daquilo que o país virá a ser?

Não estará na altura de reconhecer que todos somos iguais mas, uns são mais necessários que outros e assumir isso abertamente?

Infelizmente, temos um verdadeiro cego na (des)governação deste país e não me parece que possamos chegar a tempo de alterar toda esta situação.

Aqui quero, expressar a minha homenagem e agradecer, a todos aqueles que interviram no meu caminho, que souberam lidar comigo e com mais uns milhares de jovens, nos souberam ensinar, mantiveram-nos interessados e nos transportaram, quer directos para o mundo de trabalho ou para as universidades.

Se algum de vocês tiver a oportunidade de ler este texto, peço-vos que, questionem as vossas decisões e não valorizem quem vai estar por muito pouco tempo a prejudicar este país, nada comparado com o bem que poderão continuar a fazer por todos nós.

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23 April 2008


Escreveu PP no seu blog Abrupto «Algumas das pessoas mais velhas que conheci no PSD eram as mais novas.» e não posso estar mais de acordo.



Senão vejamos, o único representante da "juventude" PSD deve andar hoje pelo meio dos quarenta. Passos Coelho, por quem já nutri alguma admiração e que, me pareceu há alguns anos atrás, antes de suspender a sua actividade política, poder evoluir de promessa a confirmação, revela-se hoje exactamente alinhado com as linhas gerais de grande aceitação(?) partidária. Alinhado a um aparente bloco Menezista e sem nada de novo, de concreto, de ruptura, muito pelo contrário. A postura de estado e acento grave, não passam disso mesmo, num país onde as pessoas têm medo de sorrir, rir, por parecer menos sério, como se uma coisa fosse significado imediato da outra. Não é, mesmo! Escutei Passos Coelho atento, à espera de novidades, nada! Um discurso agradável sem propostas concretas e linhas programáticas sem objectivo final. Já para não falar de Patinha Antão ... leu todos os livros, mestres, gurus de comunicação de e para massas. Assumia a cada ponto a linguagem gestual cuidada, bebida dos livros referidos, dirigia-se ao interlocutor e imediatamente passava às massas, representadas pela assistência presente ... por falta de outra, voz grave sem mexer nunca na entoação e timbre, indagou directamente porque, deve também ter lido, é fundamental confirmar a atenção do público e isso faz-se pela análise do retorno. Admiro-lhe o esforço, quase sobre-humano, que deve ser necessário para manter um controle exaustivo, ao detalhe da mais leve postura das extremidades dos dedos das mão. Quem serei eu para analisar tanta coisa mas, gostaria de referir um detalhe. Estamos fartos de posturas artificiais, plástico até é anti-ecológico, numa fase da nossa vida em que a ecologia está na moda e se quer "de bem". Queremos quem se emocione porque está a defender-nos, a todos sem excepção, que vibre com a luta que se avizinha para derrotar os adversários, que perca a postura de quando em vez, que diga com o coração e que os gestos sigam as palavras e os olhos confirmem. Este país precisa cada vez mais de quem se bata por ele como o fez Sá Carneiro, comparem-se-lhe pela qualidade, abnegação, interesse nacional e esqueçam as vaidades fáceis, os Narcisismos que afectam infelizmente mais de metade das figuras que desejam ser públicas e que, na área política só nos podem prejudicar.



Isto traz-me de novo à questão dos "velhos". Manuel Ferreira Leite, é e representa sem dúvida o oposto ao acima descrito. Representa ela sim, a distância das vaidades, simples, clara e ninguém poderá negá-lo, com uma enorme capacidade de servir. Teve coragem para avançar com a primeiras medidas pouco do agrado social e de dar início, neste país de hesitantes e gente de côro, às reformas e linguagem que abriria caminho às actuais. Espero sinceramente que, seja capaz de se apresentar ao PPD e ao país, com um programa pragmático, que tenha em consideração as classes mais desfavorecidas e as mais penalizadas, que foi sempre apanágio desse partido, contrariamente ao PS, que sempre se esqueceu da sua filosofia socialista em tempos de crise.

Não acho nada difícil, trabalhoso sim, fazer oposição a alguém que tem tiques de ditadorzinho, que "governa" a sua própria imagem Europeia, muito provávelmente à procura da próxima oportunidade num qualquer posto da UE, talvez porque, ainda ninguém lhe tenha ainda explicado, que agora há 27 países para ocuparem cargos nessa estrutura e que Portugal não deve ver outro tão cedo.

Espero sinceramente que, a juventude desta verdadeira Senhora, a sua energia e capacidade, possa unir o PPD num projecto de ruptura com os vícios criados ao longo de 30 anos de puro oportunismo, em que, a mediocridade se impôs à qualidade, em que os sedentos de poder pelo poder conseguiram traduzir as suas posições para o funcionamento público e mesmo privado, que consiga de novo ser capaz de criar um Ideal, de mostrar onde está e para onde deseja ir.

Quero acreditar que sim porque, uma Democracia sem oposição capaz, não funciona, como não funciona sem os pequenos partidos à esquerda e à direita, que são na realidade o motor de muitas iniciativas e que, com a sua irreverência, provocações e ideais, lançam ideias, desafios e fazem os partidos com vocação governativa mexerem e terem que prestar contas. Devemos tudo fazer para os manter na Assembleia da República.



Gostava de acordar de manhã, sabendo-me parte de um país inteligente, em que os governantes em vez de anunciarem mais uma obra pública megalómana, como o novo aeroporto ou, pior ainda o TGV, anunciassem que têm uns quantos milhões para a reflorestação do Alentejo, que têm mais uns milhões em trocos para suportar, apoiar, viabilizar o micro e mini tecido económico que representa 70% da actividade económica nacional, gostava de acordar num país em que, o dinheiro empregue em dezenas, centenas de estudos dos mais variados impactos, económico, ambiental, viabilizante da viabilidade do ante-estudo do pré-estudo para o estudo da implementação, fosse aplicado na recuperação de bairros degradados, em lares de acolhimento de crianças em risco, porque esses, vêm o trabalho em que se substituem às obrigações de um estado de direito, dificultado, ano após ano pela redução orçamental por falta de verbas. Gostaria de acordar de manhã, fazendo parte de um país em que, as paixões pela educação fossem reais, com o investimento do valor do TGV Lisboa-Porto que nunca se irá pagar nem próximo do início de se recuperar, fosse aplicado na recuperação dos edifícios escolares, na sua reformulação e re-equipamento, na investigação científica, em concursos inter-escolas destinados à criação de alternativas energéticas, desenvolvimento de programas participados pelas industrias das regiões dos estabelecimentos de ensino secundário e universitário na busca de soluções locais para questões de gestão municipal de "montante a juzante", pensados com pés e cabeça, com lógica, com objectivo claro e funcional. Então, talvez sejam capazes de motivar, interessar os jovens pela aprendizagem, tornar os curriculuns e programas escolares válidos, interessantes e próximos da realidade e exigências actuais. Os indivíduos de agora são, na sua grande maioria e por razões várias, mais capazes, mais despertos e que depois se desinteressam pela falta de qualidade, falta de desafio, falta de transmissão de saber. Temos que pensar o país a médio e longo prazo, temos de deixar de querer o imediato, o objectivo/resultado anual, este sim, a desgraça das empresas, porque promove a falta de visão, a falta de estratégia, enquina a perspectiva de integração e de futuro e aplicada na governação tem resultados catastróficos.

Na minha opinião, todos os investimentos com impacto financeiro Nacional, que se venha a reflectir sucessivamente em pelo meno0s 3 Orçamentos do Estado (nosso portanto), deveriam ser sujeitos obrigatóriamente a um referendo e só a nossa decisão poderia vir a ser incluída nos respectivos orçamentos. Utópico? Não! Praticável? Sim! E então iríamos verificar o reflexo dessas opções, quer na participação dos cidadãos nos interesses nacionais, quer nos compadrios instalados. Iria dar uma boa gargalhada ...

Temos todos que repensar e reanalisar as nossas (de todos) prioridades.



E já agora sorriam, só faz mesmo bem e ajuda a abrir campos de pensamento, não fecha, não "acabrunha" como a expressão sizuda nacional.



Tenho mesmo uma Paixão por este país!


. A ler também e sob a forma de conto curto, do génio do Dr José António Barreiros, este seu post


29 March 2008

Amazing Universe


Mais uma maravilhosa imagem do fantástico Universo que pode ser vista no APOD. The Cat's Eye Nebula
Bom fim-de-semana.

27 March 2008

Perguntas-me pelos outros ....

Perguntas-me pelos outros .... nem sei como te responda!

Passei pela guerra, pelo menos duas, uma mais invisível e a segunda muito declarada e desorganizada, para além de curta para mim. Fico surpreso como na altura tudo me pareceu natural, a mente quase se adapta e aceita com ligeiros questionares de receios, medos, dúvidas, muitos recaindo sobre os caminhos a tomar de aqui para ali, sobre o lugar onde jantar, se na sala habitual ou na dispensa por ser o lugar mais interior da casa e menos exposto, andar sempre baixo fora do alcance das janelas e das balas perdidas.

... Quero responder-te e não sei por onde começar, quero tirar de dentro de mim a dor que sinto quando oiço ou leio a palavra "colateral". Colateral? a que? a uma guerra feita de armas capazes de destruirem TUDO num raio de 30, 40 mts «com precisão total e destroem tudo o que encontram», armas capazes de perfurar paredes e explodirem retardadas «para causar o maior numero de mortes ao inimigo!» em que a tecnologia desenvolvida para nosso bem é simultâneamente usada para nos aniquilar.

Quero responder-te sobre os outros ... os outros de que ninguém, ou quase ninguém fala. Quero responder-te pelos "mudos". Gostava de ser capaz, porque as armas e guerra que enfrentam, não se reflecte na minha dispensa, porque as Kalashnikow e as G3 eram a "Idade da Pedra" de hoje. Não me admira os outros 2 milhões de refugiados, nao me admira os refugiados e deslocados internos, mas muito menos me admira o número de mortos civis que está a atingir os 90.000 ( fr. http://www.iraqbodycount.org/).

Preferia responder-te dos que estão vivos ... que transformam o dia a dia numa roleta-russa, que são obrigados a movimentar-se permanentemente para obter trabalho ou os bens mínimos de subsistência, dos que receiam chegar ao fim do dia sem voltarem a ver os seus, vivos ... prefiro falar-te de cada um dos pequenos heróis que ainda são capazes de brincar e sorrir, prisioneiros das circunstâncias e da cegueira do fanatismo nas suas várias vertentes, na sua própria rua, no seu bairro, na sua cidade, mesmo sabendo não haver protecção contra nada, dia ou noite ...

Preferir mesmo, preferia não estar a responder-te sobre os outros ... pela simples razão de que não existiam, preferia falar-te dos pequenos heróis por quererem e terem escola todos os dias mesmo que, tivessem que "calcar" kilometros de areia para lá chegarem ...

Preferir mesmo, prefiro pensar que, como eu, "a mente, quase se adapte e aceite com ligeiros questionares de receios"

Ainda conforme os "Senhores da Guerra" «It is the ‘price to pay’, the ‘sacrifice’ that has to be made as we fight terrorism, the ‘cost’ of this war against evil forces. That is what we say to justify these killings. But those of us who speak of this price to be paid, this sacrifice to be made, do not pay this price, do not make this sacrifice.» Sem mais comentários que não este. Como é possível alguém se ARROGAR a este ponto?


Pelos OUTROS, como lhes chamaste, pelos 4.000 e por muitos que diáramente se deparam com o inimaginável, temos que iniciar a MUDANÇA, urgente!!


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24 March 2008

Aos 4.000 sacrifícios no Iraque



O vento passa a rir, torna a passar,
Em gargalhadas ásperas de demente
E esta minha alma trágica e doente?
Não sabe se há-de rir, se há-de chorar?

Vento de voz tristonha, voz plangente,
Vento que ris de mim, sempre a trossar,
Vento que ris do mundo e do amar,
A tua voz tortura toda a gente!...

Vale-te mais chorar, meu pobre amigo!
Desabafa essa dor a sós comigo,
E não rias assim!...Ó vento, chora!

Que eu bem conheço, amigo, esse fadário
Do nosso peito ser como um Calvário
E a gente andara a rir pela vida fora!...


Florbela Espanca

11 March 2008

Poema de Amor

O texto abaixo é reproduzido"sic", de uma Carta de Amor transformada em e-mail para os amigos e conhecidos. Com a devida autorização, retirado o apelido comum e sem mais comentários, aqui vai.


«Olá companheiros pedagogos de pré-adolescentes e candidatos a,

Ontem à noite estava a rever o teste de Português do João e a tentar entender porque é que tanto esforço tinha resultado num miserável 56%.

Perguntas de interpretação respondidas em formato telex? mas não tinhamos praticado oposto mais de 500 vezes????

Ausência de consciência de qual era o papel do narrador naquele texto????

No final a surpresa... uma composição que garantidamente o salvou da negativa e também da minha fúria e frustração.

Ultimamente sinto que nado,nado,nado, e quase que morro na praia.

Eis senão quando, uma surpresa tão gratificante!

A composição do teste visava desenvolver uma história baseada num excerto dum texto (excerto de Arroz do Céu - José Rodrigues Miguéis).

Muito resumidamente, o texto contava a história de um limpa-vias que trabalhava no metro de NY (subway) mais um imigrante de Leste que mal falava inglês.

Sem qualquer contacto com a realidade do que se passava acima dos respiradouros do metro, somente sabia que entre o lixo qe lhe cabia apanhar, chovia arroz do uptown, chovia o arroz que era atirado aos noivos que casavam na igreja situada sobre o subway, e que o alimentava a ele e à família.

Basicamente, o texto ilustrava a condição humana e as desiguladades sociais,etc,etc.

Passo-vos na integra o texto da composição feita pelo João.

Antes ainda, e citando o meu poeta favorito (até porque não conheço muitos)

Tudo vale a pena quando a alma não é pequena


Estava o limpa-vias num pacato dia de trabalho, quando na parede do "subway" vê um cartaz a dizer" Procura-se empregado para biblioteca. Pagamos bem." Ao ver isto, o limpa-vias assentou o numero num bloco de notas que encontrara no chão, meio molhado, e foi para casa a pensar nisso.
No outro dia, levantou-se, tomou banho ( o que é raro ) e foi para o sítio indicado. Antes disso, visitou um amigo para lhe perguntar algumas palavras que supostamente iria utilizar. O amigo, ao ver que ele se ia formar, ficou contente, porque também ele era emigrante e até à actualidade trabalhava numa caixa de supermercado.
O limpa-vias, ao chegar lá, deparou-se com uma fila enorme de pessoas , incluindo outros emigrantes e pessoas que tinham sido despedidas depois de uma carreira e agora aceitavam todo o tipo de trabalho que encontravam.
O limpa-vias, ao ver aquelas pessoas todas, chocado disse:
- Sou um mero emigrante aqui, mas tenho trabalho, até posso ser uma espécie de analfabeto, mas tenho honra.
Ao dizer isto, foi-se embora e desejou que alguém conseguisse alguma coisa dali, uma pessoa que necessitasse mais daquilo do que ele.

João P.
10/3/07

Hoje quando chegar a casa, sei que vai continuar a incomodar-me o pé debaixo do "rabo" a meio metro da mesa, sorvendo o espargeuete em vez de o enrolar no garfo, pousando o cotovelo em cima do guardanapo imaculado contrastando com os cantos da boca pejados de molho de tomate, os vestígios denunciadores das bolachas comidas no local mais proibido da casa, a sala, as meias que nascem de entre as almofadas dos sofás, a medalhas do descuido pela roupa toda todos os dias, os recados da escola perdidos, a matéria para os testes não apontada, os sacos do lanche retirados da mochila no Domingo à noite verdes de mofo, o quarto em estado sempre pós tufão, as embalagens vazias de oreo coladas às calças, os dentes desesperadamente mal escovados, a pasta dos dentes espalhada pelos cantos da boca quando já descemos no elevador e não temos água para disfarçar, as inúmeras tshirts da ginástica perdidas...

Mas vou mais feliz, porque poderei não estar a criar o homem mais cuidadoso, mais organizado, melhor aluno, mais atento do mundo, mas estou a alicerçar um rapaz que já aflora bons princípios, solidariedade e muita sensibilidade.

Hoje acho que vou gritar mais baixinho, e prometo que vou mesmo aprender a não gritar e a reduzir substancialmente a aquela observação tão cruel que sai tantas vezes "desculpa!!! mas tu não podes ser normal!!!!.

BJS

Anabela P.»

25 February 2008

Memórias futuras

Por Lisboa chove, chove como poucas vezes observei. Arrasto as memórias para a África dos meus sonhos, esta chuva que convida a momentos de prazer e companhia, imaginários de corpos à chuva em dias tórridos, de calma e languidão, de loooooooonnnngos momentos de ternura.

Gosto destes dias mais intimos, mais fechados sobre nós próprios, sobre o prazer de ser, de ter, de estar, de sentir ... por aqui mesmo!



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Hoje


Vagueio as notas que te constroem,

faço dos teus tempos a minha emoção,

transporto comigo as variações do teu tema.

Escuto, observo, sinto os mares e marés que irrompem, em vagas ...

quero ficar onde este sentir me leva, e por-me, com o sol ... em cada uma das suas cores!


21 January 2008

Canto


És de mim quando te canto,

quando te sei, a ti me dou,

quando os picos nevados são baixos

ao sentir-te e descrever-te,

quando o olhar é indiviso na

beleza da paisagem que admiramos,

por seres parte dela,

... como és de mim.
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