Andar a olhar o céu e a encantar-me pelas estrelas, não me afasta da realidade actual, aquela que mais directamente nos toca e nos envolve, os infimos milésimos de átomos que somos neste Universo. Tão ínfimos, tão milésimos e enésimos que, somos parte fundamental, cada gesto, cada movimento, cada pensamento, cada desejo, virá certamente a reflectir-se como um "efeito borboleta", em tudo, em todos. Daí que, cada palavra, cada gesto, cada movimento, deverá conter em si, aquilo que queremos dar e transmitir ao Universo. Gosto e sinto-me confortável do lado de cá, do lado das perguntas, do lado do sentir emocionado, do lado nem sempre correcto, do lado que por vezes fala mais com o coração do que com a razão, mas sempre sentindo que a "razão" nem sempre está do mesmo lado da razão. Muito em especial quando se trata de crianças. Aí a emoção e sentir ganham lugar, sem espaço para negociações, e com a flexibilidade resunida aos interesses da criança.
Como diria um GRANDE Amigo, homem de inúmeras responsabilidades nesta área, há gestos quase incompreensíveis para o comum de nós e que são ENORMES gestos de AMOR para quem os pratica. Uma mãe que, altruísticamente, entrega o seu filho a outros, pela única razão que não pode, não consegue dar-lhe aquilo que considera um mínimo, está a DAR-se, está a entregar e a possibilitar ao seu sangue, carne da sua carne, a possibilidade de ter e poder ter ainda mais oportunidades, aquelas que considera serem o mínimo de uma vivência com mais qualidade, mais conforto, mais oportunidades.
A chamada "razão", a justiça, não sente, não vê, quer-se cega, quer-se imparcial.
Imparcial? Imparcial quando se julga o futuro de alguém que vai crescer? Quando se decide por esta ou aquela via sem se analisar os detalhes, as sensibilidades, aquilo que realmente interessa à criança? E iludem-se esses decisores dizendo que o fazem em nome da crainça. Estamos fartos de ver essas crianças devolvidas às famílias biológicas para terminarem em hospitais e morgues, depois de serem vítimas de torturas para além de qualquer imaginação que possamos ter.
Choramos as situações que nos aparecem nos media, lamentamos-lhes a sorte e viramos a cara para o outro lado e seguimos, continuamos a eterna fuga para a frente, deixam de falar nisso nos media, arrumamos nas nossas memórias e escondemo-nos das consciências, seguimos, continuamos. Fazemos mais leis, debitamos discursos condoídos, mostramos o brilhinho nos olhos, criamos mais uma comissão, redigimos mais umas leis para somar aos milhares que já existem, alguém ractifica, limpámos a consciência e seguimos "em frente". Falo em NÓS, porque somos nós e aqueles em quem votamos sem qualquer projecto definido, claro e explícito.
Digo eu que deve bastar, devemos parar, pensar em conjunto, analisar todo o processo que diz respeito a abandonos, maus-tratos, adopções, condições para adopções, prazos de processos a decorrer na justiça, tribunais de família especializados. Tudo isto por muitas razões, a primeira das quais as de CADA CRIANÇA, imediatamente a seguir o futuro, o deles, o nosso, o de todos, o respeito por cada um deles, o respeito por todos nós. É tempo de parar, de dizer basta e de actuar.
Para continuar ...
3 comments:
...e porque estes "espassos" me obrigam a alguns momentos de reflexão, permita-me q acrescente uma evidência q é frequentemente esquecida: as crianças são educadas para ser adultas, não para continuarem a ser crianças. São educadas para q cresçam melhor não para q não cresçam...uma vez q de qualquer modo, bem ou mal, vão crescer irremediavelmente. Se os pais n ajudarem os filhos, com a sua autoridade amorosa, a crescer e prepararem-se para ser adultos, serão as instituições publicas q se verão obrigadas a impor-lhes o princípio da realidade, não com afecto mas pela força. Ora acontece
q deste modo só conseguiremos ter crianças velhas e revoltadas, não cidadãos adultos livres. E este será um dos princípios do fim da Humanidade,uma vez q o princípio de realidade deve ter a sua origem no AMOR e não no MEDO...
Curioso...
E os adultos serão educados para serem velhos?
O princípio de realidade deveria ter na sua origem VIVER, sempre com regras e educação mas viver as emoções próprias de cada idade em cada idade.
E desde que se saibam as regras de cidadania, nunca ninguem nos impõe nada se nós não deixarmos.
Mais curioso ainda...
Será q o seu mundo é o mesmo q o meu?!
É q estou farta de ouvir discursos sobre cidadania e liberdade, mas na realidade, pratica-se?!!
Ou será q os seus olhos n vêm o mesmo q os meus?...Onde está tanto equilíbrio emocional?!
Hello! Anonymous! O "Admirável mundo novo" ainda n chegou!
Ah! E acredite q há "velhos" q nunca chegaram a ser crianças...
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