20 May 2007

Aquilo que não DIZEM

Muito se escreve, muito se fala e pouco ou mesmo nada se DIZ.
Ao escutar, numa entrevista recente, num dos novos países da CE, uma candidata que vem de uma experiência recente em controle de aplicação de investimentos suportados pela CE, não pude deixar de sorrir. Dizia-me ela então, que todos os cêntimos são controlados via um sistema que envolve o governo central, o governo regional, municipos e empresas privadas mas que, na realidade, fazem ainda parte do universo estatal. Este país, a Polónia, está numa fase que nós já passámos, com a distância e a evolução tecnológica que os ultimos anos permitem. Pensei para mim, que seria optimo se conseguissem fazê-lo, que olhássem para nós (somos permanentemente comparados com eles) e que, soubessem perceber que a verdadeira corrupção não é aquela que se vê, que se percebe, mas a que manietou este país de brandos costumes e o tornou imberbe e apático, senão, perceba-se o facto de premiarmos, validando em votos, aqueles que na prática de gestão optaram por soluções de "chico-espertismo", pessoas que na maioria das vezes nada ficam a dever à inteligência mas possuem um elevado descaramento, uma elevada falta de escrúpulos, uma elevada capacidade de serem "espertos". Todas estas elevadas capacidades, dispensáveis à actividade de serviço público ou empresarial responsável.
A CML não é só mais um exemplo, é a confirmação. As próximas eleições serão a oportunidade que os partidos políticos terão para confirmar que podem continuar, incólumes e despenalizados, a senda das suas acções e as dos seus representantes. Aparecerão agora, como se nunca tivessem feito parte de, como se nunca tivessem estado em, como se nunca tivessem decidido o, como se nunca tivessem acordado em que, como se nunca ... dirão dos outros, o que assenta neles próprios que nem uma luva e lá iremos nós, de novo, dar-lhes o Ámen, e sem sequer exigirmos umas quantas orações de penitência. Mal das sociedades e culturas que, aceitam Bulas e outras formas pagas de perdão que não passam pelo verdadeiro arrependimento e alteração de comportamentos. O Caso BragaParques como muitos outros, vem de muito longe, cruza partidos e gestões públicas, vem de quem agora se quer distanciar, afirmando-se sem qualquer relação com, sem ter a ver com ... e lá vai o povinho votar ... se isto não é corrupção ?!
A apatia passa por muito mais do que isso, passa por um sistema construído durante trinta anos para beneficiar os que estavam, estão envolvidos de alguma forma em grupos de interesses, partidários, reunidos em sociedades mais ou menos secretas, reunidos em volta do interesse "dinheiro". Exemplos?
Não há empresa que trabalhe com as grandes empresas públicas (aparentemente privadas) que não seja pertença de alguém relacionado com a própria empresa adjudicante ou que, não tenha avançado com alguma quantia para umas contas off-shore. É necessário obter determinado serviço ou produto? Formamos uma empresa para fazê-lo! Nesta entram a,b e c, noutra a, c, e e d, ainda naquela c, e, e f, mantendo-se assim um "circuito fechado" de interesses que respeitam regras específicas de serem transversais a partidos políticos e sociedades mas, não respeitam regras nenhumas de inserção em sociedade, de geração de riqueza e de preocupação social. Todos os envolvidos acabam beneficiados, impunes, crentes no seu próprio sistema, agradados entre eles e nós ... nós continuamos apáticos, a olhar para o lado, a votar, fazendo aquilo que achamos ser a nossa obrigação cívica, mesmo estando muito aquém da responsabilidade social que este acto representa. Eles, os envolvidos no processo, continuam a pedir-nos a nossa confiança e estima, e nós... nós damos, continuamos a confiar e a tentar convencer-mo-nos de que «agora isto, com este, vai dar a volta»... Se isto não é corrupção ?!
Quando vêm os prémios de produtividade, são os primeiros a garanti-los nos seus salários, mesmo em empresas altamente deficitárias, com elevados níveis de insucesso e por onde passam meteóricamente. Negoceiam entre si reformas escandalosas, cláusulas de rescisão amigáveis com valores de seis dígitos, beneficiam de ambas e acabam consultores das mesmas empresas, envolvidos nos mesmos projectos, com os mesmos fornecedores e clientes... Se isto não é corrupção .?!
Quando a dança das cadeiras começa, sabem estar seguros de que, nalgum outro lugar ou empresa, terão a sua garantida e que se houver um deserto para atravessar, este será curto e no fim terá um oásis grandioso garantido ... Se isto não é corrupção?!
Quando se adulteram resultados oficiais de desemprego porque não agradam, se faz desaparecer os desempregados de longa duração (a pior e mais degradante situação a que se pode levar alguém) para apresentar "sucesso"... Se isto não é corrupção?!
Espero que os Polacos sejam mais exigentes com os seus políticos, gestores e agentes económicos, mas não sei não. Também ja tiveram que criar os seus métodos ... sobrevivência oblige!!!

17 May 2007

A Manifestação de hoje


Irei a qualquer acto que demonstre a indignação por esse acto também. Irei cantar canções alegres a favor do respeito por todos, maior ainda pelos animais. Se pudesse contaria histórias de horror a que sujeitamos esses animais na barbárie da humilhação pública, regozijo dos frustrados, escape dos rancores dos cobardes. Chamar arte áquilo, é o insulto maior que se pode dar à Arte. Clamar tradição é não saber História e esquecer a época em que até os cavalos eram esventrados no mesmo circo para regozijo das multidões alienadas e em histéricas. Confundir tradição com reminiscências de circo romano, é estar distante da realidade actual. O marialvismo é a necessidade dos que não se afirmariam doutra forma. Confundir Tradição com estes actos, é nem sequer ter certeza das suas origens. Sou sim a favor da vida com respeito e cheia de actos de Amor e mais ainda sou a favor da morte com a máxima Dignidade.
«Só pode permanecer como tradição o que engrandece a humanidade e não os costumes aberrantes que a degradam e a embrutecem.»
"José António Barreiros"
Envergonho-me do tempo em que aceitei, sem contestar, sem me levantar a favor destes animais, sem ter coragem para dizer chega!

.

De mim

"The Druid" Oleo sobre tela de Bill Bragg


Quando vos olho daqui, onde mesmo de dia ainda faz frio , sinto-me a escorregar para aí, onde faz calor, mesmo quando o tempo não está quente! Porque vocês, aquecem a parte mais importante de mim. Obrigado por terem vindo, por fazerem parte da minha vida e por me terem escolhido para fazer parte da vossa.

Porque quando o dia está menos bom, a recordação dos nossos momentos coloca um sorriso nos meus lábios, porque quando está a chover como agora, a recordação dos vossos sorrisos devolve a luz ao meu dia, porqu quando a noite cai, a recordação do vosso carinho enche o meu céu de estrelas, porque quando penso na viagem ainda por realizar, a recordação dos nossos reencontros antecipa a felicidade, porque quando penso no meu caminho, a certeza de vos ter justifica tudo o resto.

Por tudo e por nada, pelos porques e os porquês, por aquilo que imagino ser e por aquilo que nos imagino ser, por aquilo que nos imagino podermos vir a ser, por tudo aquilo que não imagino mas que viremos a ser, por ti, por ti e por mim, por nós.



Sempre ...

.

14 May 2007

Perspectivas ?



Se ti affacciasse per la prima volta a la vita, da quale finestra vorresti guardare?
“Campanha Pub Italiana”





Foi quase por acsao, se é que existe acaso, que me cruzei com esta frase. De repente deixei de me conseguir concentrar na minha tarefa urgente por ter ficado suspenso nesta pergunta. Anda nem consegui posicionar-me, quanto mais saber se e que escolha faria!
Do Ser ao Somos, o que Sou ou Somos, o que penso Ser ou o que os outros pensam que Sou, o que gostaria de Ser, o que não sei que Sou ou seremos todos Panto.s - Pantomime (informally, panto) refers to a theatrical genre, traditionally found in Great Britain, Australia, South Africa, New Zealand and Ireland, which is usually performed around the Christmas and New Year holiday season - actores neste palco gigante e infinito que é a Vida?
Bom para meditar. Que nos faça bom-proveito!

13 May 2007

Sussurros

Fotografia "AntMan"


Escorres sussurros nos meus ouvidos
deixas que o arrepio se perca na carícia
do beijo intenso e ao leve do toque
com que os dedos percorrem a pele
e reclamam o caminho das sensações

Percorres lugares desconhecidos e
incontáveis, que se anunciam à tua
passagem e se te entregam, dados,
despojados, vencidos pelo prazer
mudos, gritanto por mais e mais.

Desperto desta quase incosnciência
onde só o sentir tem sentido e lugar,
ajeitando-me a ti, aos caminhos que
adivinho mas, que não virão a ser,
antes desenhados pela surpresa.

Arrepios renovados nos sussurros
vertidos, dizem palavras distantes
e tão próximas, falam de lugares,
promessas e perdições, de sonho
e sentidos nunca antes pensados

... gravados nos corpos ao prolongar do sentir!
"MC"
.

10 May 2007

De tarde

Fotografia "AntMAn"

A brisa corre fresca neste
fim de tarde, suportada por
verdes, despede-se do inverno
como se o quisesse conservar,
mas os raios de sol nao desistem
aparecem como coberturas de
calor e ternura, agasalhando,
envolvendo, indiferentes,
certos de que aquilo que
trazem, vem para ficar,
como se o inverno não
_____________regressasse.

06 May 2007

De Espaços


Envolvo-me em ti em abraços de
mar e sois iluminados, penetro os
teus mundos deslizando em fluidos
partilhados de desejos antecipados

... de caricias e olhares trocados.


"MC"

Universo fascinante


A Galaxia do SOMBRERO, que fascina quantas vezes olharmos para ela. A explicação, também ela fantástica, aqui no APOD

28 April 2007

Gliese 581


The unremarkable star centered in this skyview is Gliese 581, a mere 20 light-years away toward the constellation Libra. But astronomers are now reporting the discovery of a remarkable system of three planets orbiting Gliese 581, including the most earth-like planet found beyond our solar system. Gliese 581 itself is not a sun-like star, though. Classified as a red dwarf, the star is much smaller and colder than the Sun. Still, the smallest planet known to orbit the star is estimated to be five times as massive as Earth with about 1.5 times Earth's diameter. That super-earth orbits once every 13 days, about 14 times closer to its parent star than the Earth-Sun distance. The close-in orbit around the cool star implies a mean surface temperature of between 0 and 40 degrees C - a range over which water would be liquid - and places the planet in the red dwarf's habitable zone.
Da APOD

27 April 2007

-Onde estavas no 25 de Abril? Perguntou-me um dos meus filhos.

Complementou a pergunta de forma quase imediata:
-E também foste para a rua e puseste cravos nas armas?

Não filho, não fui para a rua pelas razões que viste na televisão. Aliás, o meu mundo nessa altura estava bem distante, em todos os aspectos.

Tinha saído de casa para o Liceu Nacional Salazar na minha Mini Yamaha azul, bem cedo como se usa em África. As aulas deveriam acabar antes da hora em que o calor aperta realmente. Banguei até aos madiés que estavam à minha espera. Companhia de aventuras mil em terra sem televisão, terra de inventar e de soluções encontradas das formas mais originais.
Aí disseram:
-Sabes que estão a rebentar um golpe de estado lá no "puto"?
-Ué! Golpe de estado? Q'éssa coisa? Tás a dizer quê?
-Revolução, ué!
-Revoluquê??. Tás a gozar, meu!
-Sério, a tropa e quê, tão lá a atirar nos Tugas!

Bazei a dar-lhe gás até casa, para dar a novidade ao cota. E que novidade! Ligou a onda curta, que habitualmente me martirizava os domingos à tarde, com os relatos do Sporting, como se o Recreativo do Uíge não chegasse, nesta terra de 16.000 habitantes e de fronteira com a floresta virgem. No meio do ruído das ondulatórias (hoje sei isto) tentou perceber o que se passava. Ligou aos amigos e outros conhecidos recebeu inúmeros telefonemas (imagino a operadora do PBX da cidade louca a cravar cavilhas, a tentar escutar as conversas e manter-se a par da vida pessoal de cada um e de todos) e daí seguiu-se o dia quase normal, excepto o facto de as notícias e os telefones ocuparem a quase totalidade dos tempos livres.

- Aprendi nesse dia várias palavras novas, meu filho! Eu que sempre adorei palavras novas, introduzi, no meu vocabulário, pelo menos estas, tiradas dos diálogos que a custo ia entendendo e tentando perceber. Para mim, ainda não iriam ter um significado lógico e de porquês. Isso iria acontecer mais tarde. Revolução, Golpe de Estado e Independência.
Muitos cotas repetiam estas palavras, a rádio falava de governantes presos, gente na rua batia palmas a algumas notícias, outros pareciam preocupados. Mas nesse dia, pouco ou nada mudou nesta cidade pasmaceirenta que era o meu mundo 10 meses de cada ano.
Visitei a minha paixão, a garina com quem não tinha sequer trocado um beijo, mas que me alimentou a imaginação e o desejo pelo menos dois anos (nunca ganhei coragem para lhe dizer o quanto a queria ...). Aí sim, senti uma energia de alegria enorme, incontida. Percebi que nessa casa as pessoas estavam à espera deste dia, anciosos. Que mesmo ainda a medo, falavam de coisas novas que nunca, em dois anos anteriores, nos meio de jogos de canasta e crapôs, de convívio divertido, eu sequer teria imaginado. Percebi que existiam "os outros", pessoas que pensavam coisas que para mim não existiam até então. Percebi que o meu sentir de Angolano poderia ser mesmo, e que Angola poderia tornar-se aquilo que muitos chamavam nesse dia, a palavra que acabava de aprender, Independente, o que quer que isso sigificasse. Só sabia que não seríamos mais Portugueses mas sim, Angolanos, aquilo que sempre fui. Lá no "puto" era outra coisa, seria com "eles", mas que «muita coisa vai mudar, sem dúvida» era confirmado a cada passo e a cada conversa adicionada, escutada com atenção redobrada, razão da curiosidade por novas palavras e por novidades. Não entendi nada nesse dia. Quando tudo parecia claro, eis que uma nova conversa alterava tudo. O meu pai estava feliz:
-Finalmente, finalmente!
Foi assim nesse dia, sem "saídas para a rua" nem "pôr cravos nas armas". O meu mundo estava a 8.000Kms de distância e mesmo assim, iria alterar-se completamente nos tempos que se seguiriam.
Sempre te disse que sou "preto", que nasci "preto". Ainda hoje, tempos passados e experiências volvidas, ininterruptas, diferentes, em vários cantos de diversos continentes, tenho o meu coração ancorado lá, onde sempre me senti, me sinto em casa, cada vez que retorno, cada vez que o avião se inunda dos cheiros e sensações tão familiares, tão naturais, tão de mim, cada vez que a porta se abre, especialmente nas madrugadas, depois da chuva que molhou a terra vermelha e esta nos entrega o melhor de si, o cheiro, o eterno cheiro de terra quente molhada!

Continuarei a contar-te, sempre que queiras, sempre que os nossos serões possam ser partilhados, inundados de histórias e contos, uns felizes, outros nem tanto, mas concerteza da minha vivência e experiência, sempre com emoção e talvez, no intervalo dos teus programas de televisão, dos jogos na PS2 e do skate. O que seria o meu carro de rolamentos, construído carinhosamente por mim, assento estofado, corda quase inquebrável, rolamentos usados retirados da oficina mais proxima, arco do eixo da frente aproveitado das tabuas das barricas de vinho vindas do "puto", comparados com tanta tecnologia que actualmente tens à tua disposição? Mas compreende, ou pelo menos tenta, eu construía os meus próprios brinquedos, envolvia-me e interessava-me pelos meus projectos e ideias.
O 25 de Abril tem a ver com envolver-mo-nos, com interessar-mo-nos pelos nossos próprios projectos, saber partilhar ideias de forma construtiva.

Pena que todos nos tenhamos esquecido disso! Pena, não participarmos! Pena, não nos envolvermos! Hoje, à distância que o tempo permite, seria esse o maior benefício do 25 de Abril.

.

03 April 2007


Magníficas imagens, como sempre, e com as explicações aqui no APOD

30 March 2007

Cordeiro de Deus - como Todos, sem excepção somos átomos de, parte integrante, pertença de Um Todo que nos une, que nos dá a identidade de Ser. Que nos mostra que devemos antes de mais, respeitar-mo-nos, aceitar-mo-nos. Tudo seria tão mais simples .... Deus, Mozart, Karajan, eu, tu, não seremos todos Eu?

26 March 2007

Times are achanging

Foto "MC" Polish Weather

Mudar, relocate, adaptar, integrate

De tempos a tempos, ciclos fecham-se para que outros se abram, fechamo-nos nuns impedimos os novos,nem sempre de forma fácil, nem sempre de forma indolor, mas se aceitarmos e permitirmos, mais cedo ou mais tarde percebemos as razões que pediram que se fechassem uns para outros se abram e decorram. Não me quero arrastar em ciclos , mas sim vivê-los. Não quero observá-los só, quero participar neles, entendê-los, senti-los, até porque são mesmo ... meus.

Dzien Dobry, ou como quem diz, Bom Dia.



16 March 2007

Recordações I (Vou escrever-te)

"Teia" Foto e trabalho de Photoshop de Teresa Gonçalves.


Por vezes consigo mesmo rebuscar os cheiros e o toque e isso é duro, tendo sempre como alternativa rir-me, de sorrir-te de lembranças de doces momentos. Tenho, como tu, dias mais despertos que outros, depois, ja são muitos, demasiados, os anos de decisões, escolhas, espaço a um. Isso faz-me mal só que, quando observo, já cá estou! Este escrever não é o que te falei, esse é mais longo, mais de alma. Gosto de escrever com sabor de deslizar e quando as palavras escorrem sem pensar nelas, quando a alma se abre. Hoje em dia não o faço com ninguém, excepto contigo numa ocasião e aquela que tem andado na minha ideia. Há-de encontrar-se com este teclado e daí .....

Vou escrever-te, mas com tempo a escorregar, porque se me toco, digo tudo quanto te teria dito se, me tivesses deixado sentir para dizer, ou a minha boca não tivesse ficado seca com receio do rio de palavras que poderia seguir-se. Do teu corpo, do meu, e deste fascínio que me deita sempre na tua sala, mesmo sem música.

.... bailas de quando em vez na tua sala dentro da minha cabeça, com o sol incluído, estranhos estes encontros desencontrados com ageizados de defesas e armaduras de ataque, mas tu, deixas-me sempre um sabor a pouco .... a mais querer de querer e desapareces tal como chegaste e eu, que já não sinto segurança, ainda mais abano.


.

14 March 2007

Recordações

Foto no APOD



De tempos a tempos ocorres-me, ficas suspensa na minha imaginação, trago de volta as memorias, brinco com elas e contigo . . .

.

... estas coisas tão pequeninas ...

Fotografia in "O Público"

... coisas de cá, daquelas que ciclicamente são trazidas à luz do dia, saem, sem sequer serem caixinhas-surpresa, por tão preparadas antecipadamente nos gabinetes sombrios dos pequenos poderes construídos nos pequenos ódios, viscerais invejas e frustrações. Um secretario da (in)cultura aliado duma ministra da mesma (in)cultura, sem coragem, amargo, vingativo e de objectivos quase claros, coloca-se em pontas-de-pés (única forma de aparecer) e faz uso do treino e experiência adquiridos em métodos de controle cruzado, tiques estalinistas e muitos anos de graves dores intestinas de espera da oportunidade de palco. Uma ministra de guerrinhas sem sentido, de processos mal conduzidos e produção de mentiras contínuas, desiformçaõ generalizada mas de sentido definido, recorde-se o túnel do Porto, o CCB/Colecção Berardo e que nada apresenta de novo de projecção da cultura Portuguesa, de intervenção directa sobre eventos com réplica para além dos sombrios gabinetes intervenientes, que apoia(?) o fim ou pelo menos se cala, perante tudo aquilo que de alguma forma contribui para a divulgação de cultura, como a Festa da Música no CCB, para que o nome de Portugal e as salas de espectáculo portuguesas se imponham dentro e fora de portas, não merece o nosso respeito, muito pelo contrario, merece o nosso apupo, ser pateada e obrigada a deixar de vez o "palco" em que insiste mostrar-se.

Revoltante e vil a forma de despedimento de Pinamontti, um verdadeiro profissional da Cultura, alguém que se dedicou profundamente ao Teatro Nacional de S. Carlos, que virou este teatro para a rua, até no sentido literal do termo, que demonstrou que mesmo com orçamentos reduzidos se produzem espectáculos para todos, com enorme qualidade, excelentes executantes, excelentes encenadores, com públicos ávidos, espaços esgotados, é sobejamente demonstrativa do acima exposto, num intrincado de subreptícia, mentira, manipulação, utilização dolosa de palavras e deveria ser o último gesto deste verdadeiro "bando de malfeitores".


... ou então continuaremos nós, cada um de nós, a suportar estas coisas tão pequeninas ....

13 March 2007

Jessye Norman sings

Esta voz forte, encorpada e no entanto, cristalina ... Jessye Norman

12 March 2007

Primavera

Atravesso a manhã de longo,
estendo o tempo e os gestos
deito momentos lânguidos
nas nuvens que passam.

Deslizo inspirares profundos
sentindo o meu espaço
preencher-se de tons matinais
concedendo brilhos que
a brisa transporta levando
a minha voz sussurrada.

Escuto cantares esvoaçantes
desenhando no ar movimentos
ondeantes de apelos da natureza
de chamamentos de primavera
impostos, nesta estação de
pinceladas coloridas em pétalas.

A água desliza suave, ocupando
espaços de margens partilhadas
nos dias que correm longos, cálidos
e convidam a saborear momentos.

"MC"

07 March 2007

Instantes cruciais

Ontem escrevi, arrastei um poema
trouxe-o à escrita, ao correr dos dedos
senti-o e acima de tudo, ouvi-o
no final ... no final .... !!!!
a ligação foi abaixo e perdi-o.

:0))))

04 March 2007

E foi assim


Ontem vi-te, deslumbrante
envergonhada a esconderes-te
como todos, subi a serra para
ficar mais perto, pensei que
seria o primeiro, estarias para
mim, antes de mais, olhava
tentando escutar-te, ouvir
o que dizias, o que trazias,
de tanto querer, permaneci,
deixaste que te visse-mos, ate
que a Terra te ajudasse, com
o veu do teu misterio, que nos
diz que estas, mesmo sem te
vermos, para ajudar chamaste o
nevoeiro, no momento certo, nem
antes, nem depois.
Eclipse da Lua em Virgem ..........

............... o reinicio!

03 March 2007

E acontece hoje, esta noite!


February 12, 2007: Picture this: The year is 2025 and you're on the moon. "Home" is 100 meters away—an outpost on the rim of Shackleton Crater. NASA started building it five years earlier, and it is growing fast. You're one of the construction workers.
As always in these polar regions, the sun hangs low, barely above the craggy lunar horizon. You adjust your visor. It amazes you how bright a low sun can be when there's no atmosphere to dim it.
Suddenly, the lights go out.
Up in the sky, a big black disk covers the sun. A red "ring of fire" appears where the sun was only moments before, and its glow turns the ground red beneath your feet.
You've been waiting for this. It's an eclipse.
Right: On the moon, the ground turns red during a lunar eclipse. This photo was taken by Doug Murray of Palm Beach Gardens, Florida, during the total lunar eclipse of Oct. 27, 2004. [More]
Astronauts on the moon are going to experience eclipses typically once or twice a year: Earth glides in front of the sun turning lunar day into a strange kind of ruddy night. It'll be one of the highlights of any lunar tour.
The charm of the eclipse comes from Earth. Our planet is big enough by a factor of three to block the entire sun but, curiously, this doesn't cause complete darkness. Rays of sunlight bend around the edge of Earth, filtering through the atmosphere. As seen from the moon, the edge of Earth lights up like a sunset-red ring of fire—one of the most beautiful sights in the solar system. (A simplified, 1.2 MB animation of the process may be seen here. Credit: Graphic artist Larry Koehn.)
Can't wait until 2025? The next eclipse is right around the corner: Saturday, March 3, 2007. Stuck on Earth, we can't see the ring of fire, but we can see the red glow it produces on the moon. The phenomenon will be visible from parts of all seven continents including the eastern half of North America.

Above: A visibility map of the March 3, 2007, total lunar eclipse. Credit: Fred Espenak, NASA/GSFC. [More]
In the USA, the eclipse will already be underway when the moon rises on Saturday evening. Observing tip: Find a place with a clear view of the eastern horizon and station yourself there at sunset. As the sun goes down behind you, a red moon will rise before your eyes.
Rising moons are often reddened by clouds or pollution, but this moon will be the deep, extraordinary red only seen during a lunar eclipse. As you watch it ascend into the night, imagine what it would be like to stand by Shackleton Crater watching from the opposite direction.
It's not so far-fetched. NASA plans to return astronauts to the moon no later than 2020. From their polar base camp, humans will explore the countryside hunting for resources they can use to "live off the land." They'll study the moon's geology, learning more about the unique potential of the moon to reveal ancient secrets of Earth and the solar system. They'll also evaluate technologies needed for future missions to Mars.
And occasionally when the ground turns red, they'll pause and look up at a glowing ring in the sky.
March 3rd is a good night to imagine that.

02 March 2007

Ravel Bolero Herbert von Karajan (part 1)

Teria que me repetir ... para ouvir e meditar!

27 February 2007

Praia

Navego os teus mares revoltos
em esperança de calmarias
Banho-me no azul das tuas águas
em transparências de verdes
Passo corais de vida e cor
em registos de ternuras
tocado ao de leve pela espuma
em rebentações na minha praia.

"MC"

22 February 2007

Mutter-Karajan-Vivaldi-Winter-mov3

Para aquecer, o corpo e o coração.

Sombras deslumbradas

Fotografia "MC"

Reabro, entre-vejo,
cuido de ter, fico.
Sobra-me o espaço,
sorrio, chamo.
Ocupa-me, quero,
preenche-me.
Quando me movo,
moves-me.
Libertas-me num
movimento de um.
Atravesso o palco,
rodopio, salto.
Fujo do projector,
mostras o caminho.
Vou por onde nos
conduzes, confio.
Ocorre-me,
. . .
como sentes por onde quero ir?


"MC"



19 February 2007

Acordares

Os Pilares da Criação, aqui no APOD

As gotículas de chuva acariciam-me a face
acordam-me para o momento
que vivo, que percorro, relembram-me
que aquilo que me trouxe, já era, que
agora de novo sou, fui e virei a ser aquilo
que virei a ter sido, pela força do momento
que será, é, foi. Somos sonhos do passado
que quisémos para futuro que viria a ser
. . . mas que já foi.

As gotículas de chuva que me acariciam
a face, dizem-me para viver esse momento,
sem sonhos expectantes, sem reivindicar
o passado . . . agora!





"MC"

15 February 2007

Viagem

Foto no APOD

Rasgam-se-me as palavras que queria de veludo,
fluem escorreitas quando as queria contidas . . .
porque a minha viajem segue em direcção a ti,
em ansiedades de não querer querendo,
desejando em disfarces de desinteresse.
Não acredites em mim, a não ser naquilo que sentes em mim!
"MC"

14 February 2007

Karajan - Beethoven Symphony No. 4 in B Flat Major, Op. 60

Fale-se de emoção e precisão, de intuição e comunicação, impossível ficar indiferente a este fantastico meu interprete de sempre, Karajan.

08 February 2007

A minha Janela



Vejo-te todos os dias assim, ao nascer, por vezes envergonhado, escondido, explendoroso quando abres forte, risonho, a marcar e a despertar-nos para a tua presença, a aquecer-nos os momentos vagarosos da manhã, enquanto te agradeço a tua presença e as cores que te fazem companhia. Bom Dia

06 February 2007

Andrea Scholl at the BBC Last Night of the Proms

quando nos acabam com a maior festa da música sem razões compreensíveis, como o foram o fim do Ballet Gulbenkian, como o tentam actualmente com a CNB e o Teatro Nacional de S.Carlos, nem o continuado sucesso das Festas da Música em Nantes demovem as festas menores de vaidades e egos mesquinhamente sobredimensionados. Aqui fica um exemplo duma Grande Festa. Oiça-se e veja-se O Grande Andreas Scholl que humildemente nos entrega a sua Grandeza ... em FESTA.