01 November 2007

Passeio no Lago


Rastos ...
... deixados no tapete de folhas desenhado,
ocres, verdes, amarelos, suspensos, bailando,
respiram odores matinais, emersos em nevoeiros
anunciados pelos inumeros grasnar que decoram
a superficia da agua, pela orla curva que
acompanha os passos, pelo aconchego da la contra
a pele, pelo frio inalado ao ritmo do vapor companheiro
do passo, do compasso, deste momento, deste tempo,
que acorda instintos, convida a sentir e relembra .....

... trazem o agora, o que e, o que sinto, o pe que provoca
os estalidos das folhas que se prolongam no seguinte,
vividos no momento de olhos cerrados, memorizada
na visao do passo imediato, certo, aberto ...



/


MC

Not Easy



Nao e facil ser-se
muito menos estar-se

coerente
seguro
consistente
... com principios
... com conviccoes
... com acreditar
... com querer
... com ser
... nao e facil!

Nao e facil neste mundo
de regras pouco claras
com crencas que tilintam
pintadas em papeis de troca
que tricam a cada passo.

... procuram-se mudancas
... procuram-se ideais
... procuram-se principios
... procura-se ....










/




13 October 2007

The Blossom


Gosto quando me sorves os labios em beijos carnudos, feitos de desejos de vida, de tirar de mim para te preencher, de me dares o que tens, das linguas que se encontram na procura do sabor, quando as tuas maos me entregam os dedos entrelacando-os com os meus e a tua nudez me deixa olhar esse corpo perfeito, os peitos desenhados no tronco magro, redondos, elegantes, de nudez branca continuada no ventre liso, sedoso e na anca bem desenhada, proporcional, em movimentos ritmados de enconro aos meus, conjugados, lentos, apressados, fortes, suaves ...

Gosto do cheiro da tua pele quando os meus dedos a percorrem, quando a caricia se transforma em agarrar de desejo e tu te libertas e cedes, quando te entregas e expoes cada pedaco de ti perseguindo os teus desejos mais intimos, quando tentamos nao perder cada detalhe, cada momento, cada toque, cada ...

Gosto quando me olhas bem dentro, profundo, cada sorriso tem malicia, inocencia, desejo e desafio, quando me dizes sem qualquer som aquilo que procuras e que queres, quando confundo os teus gemidos entre o prazer ou algum desconforto e te vejo abrir o sorriso que confirma o primeiro, quando te arqueias e posicionas, te voltas, mudas de posicao e sem palavras esperas que te siga, que te compreenda ...

Gosto do que me pedes quando me das, do que te advinho quando a tua cabeca repousa no meu respirar e te aninhas em mim transformando o espaco em conforto de estar, comodo, unico.
Gosto quando olhas la fora, comigo, sem que o tempo conte.

Gosto . . .




/

27 September 2007

Fotografia e trabalho Photoshop "Teresa Goncalves"

E este tempo que conto, como
se arrasta ao longo deste dia
deixa-se tornar monotono
quando antecipo esta alegria

queria estar ai, onde me leva o pensamento,
nao poder mais perder um segundo vosso
ver-vos desabrochar, cabelos ao vento
e despertar dos interesses que conheco.




estou ai, quando me penso aqui.
estou la, ainda que fique por ca!



Do lado de ca, neste tempo, do lado de ca, neste lugar, do lado de ca, neste momento. O tempo que traz, que conto, sem que ele sequer se saiba contado. Conto o tempo que ja passou, o tempo que passa e quanto tempo falta, como se fosse possivel conta-lo, como se pudesse expecta-lo com se o tempo nao fosse diferente em cada contagem, para cada um que o conta. Corre rapido, corre lento, arrasta-se no meu estado, estado de espirito que conta o tempo ... como se pudesse faze-lo. Toca-me o tempo, toca-me o espaco, toca-me o momento. E quando a escrita nao sai, quando nao flui, quando a mao e os dedos se recusam a acompanhar este tempo, o tempo que leva a escrita a sobressair do papel onde se deixa, a cores, uns dias mais firme quase autoritaria, outros suave, redonda, unida, sem quebras nem hesitacoes, caligrafada, alinhada, rigorosa ... nestes dias o tempo, tem muito mais tempo, que o meu tempo tem . . . e aqui me deixo . . . !










22 September 2007

6 oboes in unison

Sem palavras Bach, Karajan, vozes, Oboes ..... Magnificat, para todos nos ...

Oboe d'amore

O Eterno e longo som do Oboe, o eterno belo da conjugacao voz/instrumento e dirigido por quem sentia profundamente a ligacao com os compositores.
Karajan . . .

20 September 2007

Pinturas

Fotografia "Antman" Por-do-Sol em Ibiza

Por vezes os espacos trocam-nos os passos, ou os nossos passos encontram outros espacos, onde pegadas se estendem, se entrelacam, caminham a par, reencontram e sem dor tocam os espacos de outros passos. Neste derramar de tintas deixadas quase ao acaso em folhas de papel doutros usos ja sem o destino antecipado, olho para a forma das letras que desenham palavras. Como gostaria de saber pintar tudo isto, deslizar pinceis onde as canetas cometem atritos, molhar de borrao aquilo que quero dizer sem o limite da letra, da regra da palavra, da semantica e formas gramaticais e poder, so mesmo poder ir para alem de, deixar ao acaso e aos outros os caminhos da escrita desenhada em pasteis, secos, oleos, aguarelas escritas a lapis que se deixam derreter e espandir ao contacto da agua, suaves nos temas e nuances ... quero saber que mundo e esse que tanto baila na minha cabeca, nas ideias e nas imagens que flutuam em mim, dentro de mim em bailes de escritas constantes.
...

30 August 2007

Hilary Hahn - Bach Violin Concertos

Interpretacoes(3) ......... continuidade .... grandeza!

29 August 2007

Joshua Bell plays Beethoven (4/5)

Interpretacoes(2).... sublime na interpretacao dramatica ... a escutar devagar, com tempo e perceber como se pode tirar sons cristalinos de um instrumento que menos bem tocado parece rouco. Nada e deixado ao acaso, como o futuro dos interpretes, quando achamos que acaba com os que estao a ficar "velhos" ou que ja partiram a surpresa e a qualidade. Pois desenganem-se e escutem "with your ears wide open"

Glenn Gould plays Bach

Interpretacoes .... sem mais palavras ....

Jaroussky and Farinelli: Cara Sposa (Handel)

Para sentir ... nao e a voz que eu mais gosto, mas mesmo assim um assombro.

27 August 2007

Amazing Universe


Imaginar o dia iluminado por dois sois ...
a explicacao sempre detalhada aqui no APOD

24 August 2007

E se ...

Fotografia "MC"



... e se tivesses a minha idade, talvez os textos estivessem noutro sentido, talvez amadurecessem em conjunto, curtidos pelo sol que lhes aumenta o acucar, que depois da fermentacao exalta e prolonga o prazer da conversa em copo de boca larga, lenta, longa, a tocar o nectar das palavras e aromas. Talvez o sorriso se abrisse ao toque da brisa dos beijos e dos momentos construidos em silencio. Enfim ...
Se tivesses o meu ritmo, o tempo faria o resto, dar-nos-ia oportunidade, da mao que toca a outra ao de leve contra o por-do-sol, disfarcada de descuido, podia observar as ondas em rebentacao no espelho dos teus olhos, ao desaguarem salpicos no lento respirar do teu peito, no teu regaco, aquecido pelo carinho dos ultimos raios de sol.

Quantas vezes a calma te impediu de aplaudir estes momentos e quantas mais ainda, pediste que se prolongassem sem fim ...


... e se eu soubesse escrever, desenharia tudo isto em dois tracos de pincel numa tela!
"MC"

22 August 2007

O meu dia


Hoje é mesmo especial.

Especial porque estou longe.

Longe dos que Amo.

Amo os que são de mim.

De mim que me Amam.

Amam-me os que me dão.

Dão-me os que eu quero.

Quero-os a eles quanto a mim.

Se tivesse que escolher nada retiraria.

Se pudesse escolher, escolheria ter sabido mais cedo.

Mas se não soube, não teria que ter sabido, por isso,

cá estou, como sou, como serei, aquilo que sou e aquilo

que virei a ser. A soma dá 11, que é o meu número também.

A partir de agora, de hoje, conto mais ...

e se me voltam a perguntar se sou Feliz, só tenho uma resposta, sem hesitar; SIM MUITO!

Insatisfeito, muito! Curioso ainda mais! Preenchido, em processo! Estável, nunca estarei! Mas sei quem sou, de onde venho com a certeza de que o caminho a percorrer será um desafio a cada instante, feito de surpresas, bondades, aventuras, descobertas, partilhas e tudo aquilo que me quiserem dar. Cá estarei!

03 August 2007







Água ________________


____________montanhas


Ervas _______________


_____________ flores mil
Parque Natural do Gerês


31 July 2007

Aguarelas

As cerdas do pincel espalham cores
que se misturaram em água, se
diluem em variantes de efeitos,
distintos, uns leves, outros, carregados,
mais ténues, mais disfarçados, pasteis
do dia que passa, dos momentos que
correm, dos minutos que deslizam,
pelos raios de luz que se deixam ,
insistentes prolongar no tempo
que se arrasta de encontro aos
objectos, inertes como o corpo que
se estende, delicado, abandonado,
no chão ... do meu quarto!



"MC"





Fotografia "MC"

30 July 2007

Se ...

Se tivesse que haver um paraíso
esse seria um lugar, seria também
um momento, um gesto, um sentir.
A viver um paraíso, esse seria o
tempo que tenho, num lugar onde
estou, num momento mais ou menos
extenso, em gestos que acolho e
noutros que dou, enquanto respiro.
Pois os paraisos estão, vêm,
sentimos e vivemos, damos e
recebemos, porque ... somos!

18 July 2007

Calidas tardes de encontro ao por-do-sol




Passeio-me nas tuas margens,
transporto comigo tudo, o meu
corpo, tudo dentro dele, e tu, alijeiras-me do que não se vê
mas que pesa, que carreguei
durante este percurso, pensando
tê-los deixado, arrumados, em prateleiras, verticais, pesos
que acumulei, em moedas de troca
invisíveis, cargas descontroladas,
que pensei não mais trazer, mas
que não soube até hoje largar, despojar-me, perdoar, libertar-me, dar-me!

Mas tu ajudas-me e trazes-me à memória, ao sentir, quando os meus passos se dirigem a ti, quando a consciência se ausenta, a vista ganha clareza cerrados os olhos, a face que se deixa tocar pelo calor dos ultimos raios e eu sigo ao encontro do teu
.... Por-do-Sol.

15 July 2007

A surdez no seu estado perfeito!

Alguém viu/ouviu algum comentário ao baixíssimo resultado negativo destas eleições? Como se transforma tudo numa enorme "vitória" e nem sequer tem a ver com aquilo que realmente interessa.

"Desde há 31 anos que o PS não ganhava, sem coligação, a presidência da Câmara de Lisboa", afirmou António Costa (o rapaz do partido) que chegou acompanhado pelo secretário-geral do PS, José Sócrates (otal "sinho inginheiro), à sala do hotel lisboeta onde os socialistas tradicionalmente se concentram nas noites eleitorais. No discurso da vitória (extraordinária!poderia acrescentar) , António Costa dirigiu-se a todos os lisboetas, mesmo aos que não votaram na sua candidatura, afirmando que a partir de hoje estará "ao serviço de todos os lisboetas". "Hoje, 31 anos depois, o PS ganhou em todas as 53 freguesias da cidade de Lisboa", declarou o futuro presidente da Câmara de Lisboa, agradecendo a vitória também ao PS e ao secretário-geral...
in "O Público", com comentários meus, entre parêntesis.

Surdez aguda, crónica e endémica dentro de determinadas organizações. E nós continuamos a não dizer nada!


.

Pobre Linda Cidade de Lisboa

Como é que alguém com 29 a 35 por cento de 40% dos votos de Lisboetas, pode sequer imaginar que os representa? Como é que os partidos continuam a não querer assumir a estrondosa derrota nestas eleições autárquicas e na mensagem dos que escolheram nem sequer comparecer para exercer aquilo que é tido como um dever cívico? Com todo o empenho que o governo do PS dedicou a estas eleições e com a indubitável participação dos militantes e simpatizantes deste partido, será que, continuam a ser os piores dos surdos que, são aqueles que se recusam a ouvir? Já do segundo maior partido nem sequer se poderá comentar!

Surdez e sede de poder são tão grandes que, se prejudica o futuro por causas imediatas, como a vergonha do ensino que querem dar aos nossos filhos, a nivelar pelo menor denominador comum? O comentário dos examinandos do 12º e 9º anos, após os exames nacionais assim o provam, «bué d'a fácil!» e depois ... 73% de negativas! E o governo, na sua senda de enormes "sucessos" continua a baixar o nível escolar para tentar apresentar números «muito positivos», calculo eu que, ao nível das não explicações dadas na questão da licenciatura do "sinhor inginheiro".
Mas os culpados de tudo isto, somos mesmo nós, aqueles que ainda se preocupam mas que, por preguiça ou outras razões, continuam invariávelmente a viver a esperança de um dia ... somos nós que nunca os despedimos, não os mandámos embora, que perdemos a capacidade de nos mobilizarmos, que perdemos a capacidade de intervir e de lhes dizer de frente aquilo que sentimos e ainda, de não permitir que regressem com as suas incompetências e corrupção.



Junta-mo-nos e tratamos deles na próxima?



"MC"

12 July 2007

Sonho?


Quero que tragas sempre contigo aquilo que de mim tens, que recordes em ti cada momento de mim, que a tua pele sinta e cheire àquilo que lá deixei!

Sevagem? Marca? Animal? Primário?

Não, só mesmo o querer ser presença, desejar estar e perdurar para além dos passos que deste e que te separaram de mim, mesmo que por instantes, enquando te sorria e me devolveste o sorriso com um olhar de relance e ar comprometido.

Sim, pela loucura, pelo tempo que não percebemos passar, quando a hora tem menos de cinco minutos, o mundo pára, deixa de interessar para além do espaç(sso)o que ocupamos, da luz que desapareceu sem nos apercebermos, dos sons imperceptíveis e que dizem tudo, pelo desarrumo do quarto, dos lençois arrancados e feitos folhos concentrados no mesmo sentido ..... o da tua mão ... que ainda há pouco aí repousava extenuada.



"MC"

11 July 2007

Flor


Fotografia "MC"
Corres branda, suave, no leito dos meus abraços,
deslizando odores de desejos feitos de caricias
escorres-me pelo peito feita rio, que sulca e acompanha
os movimentos dos corpos, ritmados ...... ondulantes.
"MC"

04 July 2007

Tempo

Fotografia "MC"
Corre tão rápido, lesto, vibrante

olhamo-lo no futuro, quando já se torna passado

trago-o comigo, pensando acompanhá-lo e deixa-me

sempre, marcado, pensando-me desatento


Trago-o comigo, em cavalos alados

monto-o selvagem e nem assim o acompanho

peço ajuda ao vento, corro veloz e nem

assim me deixa acompanhá-lo.


Afinal descubro, que tanta correria

me deixa fatigado, quase desisto, quase reclamo

que bastaria sossegar para tê-lo por companheiro

percebo isso quando ambos ficamos,


calados!
.

21 June 2007

A Lua e Vénus - A combinação Perfeita

Para ver, perceber e apreciar aqui no APOD

Olhos


Abertos ________________

_____________Perscrutantes

seguem de perto, os passantes

lêm estares e sentires bailantes,

a perceber por trás dos semblantes.


Fico, ficas, ficamos __________

____________________aqui.

descobrindo, desflorando_____

rompendo_________estando!


"MC"


Wonderful Spring


Breakfast in Poznan, Poland

Fotografia "MC"

31 May 2007

MARIA do CÉU CONCEIÇÃO - Uma Mulher das Arábias



O que é que um nome tão Português como Maria do Céu Conceição e um nome oriental como Dhaka têm em comum? Em princípio, nada. No final TUDO.

Maria do Céu Conceição, 29 anos, plena de energia e com um coração do tamanho do mundo.
Dhaka, bairo miserável nos arredores da Capital do Bangladesh.


Maria do Céu Conceição, assistente de bordo da Emirates, profissão distante, no país do maior rendimento per capita do Mundo.
Dhaka, onde o círculo vicioso da miséria, a quase escravidão, perduram, à mistura com a maior degradação e convívio com todo o tipo de falta de higiene e consequentes doenças, Hepatite nas suas piores formas, Tuberculose, etc.


Maria do Céu Conceição que, muito cedo percebeu que o seu Mundo era maior que Portugal e se expandiu.
Dhaka, o lugar fechado, de onde não se sai e de onde não se acredita poder sair.


Dhaka e Maria do Céu Conceição cruzaram-se um dia, há 4 anos. Dhaka, fez perceber a Maria do Céu Conceição a razão do seu caminho ter ido tão para o Oriente. E encontraram-se. Resultou daí esta união o DHAKA Project em que tudo me diz que Dhaka sairá a ganhar mas, também me diz da GRANDEZA da Maria do Céu Conceição

Convido todos, sem excepção a visitarem http://www.rtp.pt/, escolham a opção video e depois em procurar escrevam - em reportagem. Vale cada segundo dos cerca de 24mnts de transmissão.




Um verdadeiro exemplo a seguir.
Orgulho-me de saber que esta Mulher, EXISTE, no Mundo em que vivo.
.

20 May 2007

Aquilo que não DIZEM

Muito se escreve, muito se fala e pouco ou mesmo nada se DIZ.
Ao escutar, numa entrevista recente, num dos novos países da CE, uma candidata que vem de uma experiência recente em controle de aplicação de investimentos suportados pela CE, não pude deixar de sorrir. Dizia-me ela então, que todos os cêntimos são controlados via um sistema que envolve o governo central, o governo regional, municipos e empresas privadas mas que, na realidade, fazem ainda parte do universo estatal. Este país, a Polónia, está numa fase que nós já passámos, com a distância e a evolução tecnológica que os ultimos anos permitem. Pensei para mim, que seria optimo se conseguissem fazê-lo, que olhássem para nós (somos permanentemente comparados com eles) e que, soubessem perceber que a verdadeira corrupção não é aquela que se vê, que se percebe, mas a que manietou este país de brandos costumes e o tornou imberbe e apático, senão, perceba-se o facto de premiarmos, validando em votos, aqueles que na prática de gestão optaram por soluções de "chico-espertismo", pessoas que na maioria das vezes nada ficam a dever à inteligência mas possuem um elevado descaramento, uma elevada falta de escrúpulos, uma elevada capacidade de serem "espertos". Todas estas elevadas capacidades, dispensáveis à actividade de serviço público ou empresarial responsável.
A CML não é só mais um exemplo, é a confirmação. As próximas eleições serão a oportunidade que os partidos políticos terão para confirmar que podem continuar, incólumes e despenalizados, a senda das suas acções e as dos seus representantes. Aparecerão agora, como se nunca tivessem feito parte de, como se nunca tivessem estado em, como se nunca tivessem decidido o, como se nunca tivessem acordado em que, como se nunca ... dirão dos outros, o que assenta neles próprios que nem uma luva e lá iremos nós, de novo, dar-lhes o Ámen, e sem sequer exigirmos umas quantas orações de penitência. Mal das sociedades e culturas que, aceitam Bulas e outras formas pagas de perdão que não passam pelo verdadeiro arrependimento e alteração de comportamentos. O Caso BragaParques como muitos outros, vem de muito longe, cruza partidos e gestões públicas, vem de quem agora se quer distanciar, afirmando-se sem qualquer relação com, sem ter a ver com ... e lá vai o povinho votar ... se isto não é corrupção ?!
A apatia passa por muito mais do que isso, passa por um sistema construído durante trinta anos para beneficiar os que estavam, estão envolvidos de alguma forma em grupos de interesses, partidários, reunidos em sociedades mais ou menos secretas, reunidos em volta do interesse "dinheiro". Exemplos?
Não há empresa que trabalhe com as grandes empresas públicas (aparentemente privadas) que não seja pertença de alguém relacionado com a própria empresa adjudicante ou que, não tenha avançado com alguma quantia para umas contas off-shore. É necessário obter determinado serviço ou produto? Formamos uma empresa para fazê-lo! Nesta entram a,b e c, noutra a, c, e e d, ainda naquela c, e, e f, mantendo-se assim um "circuito fechado" de interesses que respeitam regras específicas de serem transversais a partidos políticos e sociedades mas, não respeitam regras nenhumas de inserção em sociedade, de geração de riqueza e de preocupação social. Todos os envolvidos acabam beneficiados, impunes, crentes no seu próprio sistema, agradados entre eles e nós ... nós continuamos apáticos, a olhar para o lado, a votar, fazendo aquilo que achamos ser a nossa obrigação cívica, mesmo estando muito aquém da responsabilidade social que este acto representa. Eles, os envolvidos no processo, continuam a pedir-nos a nossa confiança e estima, e nós... nós damos, continuamos a confiar e a tentar convencer-mo-nos de que «agora isto, com este, vai dar a volta»... Se isto não é corrupção ?!
Quando vêm os prémios de produtividade, são os primeiros a garanti-los nos seus salários, mesmo em empresas altamente deficitárias, com elevados níveis de insucesso e por onde passam meteóricamente. Negoceiam entre si reformas escandalosas, cláusulas de rescisão amigáveis com valores de seis dígitos, beneficiam de ambas e acabam consultores das mesmas empresas, envolvidos nos mesmos projectos, com os mesmos fornecedores e clientes... Se isto não é corrupção .?!
Quando a dança das cadeiras começa, sabem estar seguros de que, nalgum outro lugar ou empresa, terão a sua garantida e que se houver um deserto para atravessar, este será curto e no fim terá um oásis grandioso garantido ... Se isto não é corrupção?!
Quando se adulteram resultados oficiais de desemprego porque não agradam, se faz desaparecer os desempregados de longa duração (a pior e mais degradante situação a que se pode levar alguém) para apresentar "sucesso"... Se isto não é corrupção?!
Espero que os Polacos sejam mais exigentes com os seus políticos, gestores e agentes económicos, mas não sei não. Também ja tiveram que criar os seus métodos ... sobrevivência oblige!!!

17 May 2007

A Manifestação de hoje


Irei a qualquer acto que demonstre a indignação por esse acto também. Irei cantar canções alegres a favor do respeito por todos, maior ainda pelos animais. Se pudesse contaria histórias de horror a que sujeitamos esses animais na barbárie da humilhação pública, regozijo dos frustrados, escape dos rancores dos cobardes. Chamar arte áquilo, é o insulto maior que se pode dar à Arte. Clamar tradição é não saber História e esquecer a época em que até os cavalos eram esventrados no mesmo circo para regozijo das multidões alienadas e em histéricas. Confundir tradição com reminiscências de circo romano, é estar distante da realidade actual. O marialvismo é a necessidade dos que não se afirmariam doutra forma. Confundir Tradição com estes actos, é nem sequer ter certeza das suas origens. Sou sim a favor da vida com respeito e cheia de actos de Amor e mais ainda sou a favor da morte com a máxima Dignidade.
«Só pode permanecer como tradição o que engrandece a humanidade e não os costumes aberrantes que a degradam e a embrutecem.»
"José António Barreiros"
Envergonho-me do tempo em que aceitei, sem contestar, sem me levantar a favor destes animais, sem ter coragem para dizer chega!

.

De mim

"The Druid" Oleo sobre tela de Bill Bragg


Quando vos olho daqui, onde mesmo de dia ainda faz frio , sinto-me a escorregar para aí, onde faz calor, mesmo quando o tempo não está quente! Porque vocês, aquecem a parte mais importante de mim. Obrigado por terem vindo, por fazerem parte da minha vida e por me terem escolhido para fazer parte da vossa.

Porque quando o dia está menos bom, a recordação dos nossos momentos coloca um sorriso nos meus lábios, porque quando está a chover como agora, a recordação dos vossos sorrisos devolve a luz ao meu dia, porqu quando a noite cai, a recordação do vosso carinho enche o meu céu de estrelas, porque quando penso na viagem ainda por realizar, a recordação dos nossos reencontros antecipa a felicidade, porque quando penso no meu caminho, a certeza de vos ter justifica tudo o resto.

Por tudo e por nada, pelos porques e os porquês, por aquilo que imagino ser e por aquilo que nos imagino ser, por aquilo que nos imagino podermos vir a ser, por tudo aquilo que não imagino mas que viremos a ser, por ti, por ti e por mim, por nós.



Sempre ...

.

14 May 2007

Perspectivas ?



Se ti affacciasse per la prima volta a la vita, da quale finestra vorresti guardare?
“Campanha Pub Italiana”





Foi quase por acsao, se é que existe acaso, que me cruzei com esta frase. De repente deixei de me conseguir concentrar na minha tarefa urgente por ter ficado suspenso nesta pergunta. Anda nem consegui posicionar-me, quanto mais saber se e que escolha faria!
Do Ser ao Somos, o que Sou ou Somos, o que penso Ser ou o que os outros pensam que Sou, o que gostaria de Ser, o que não sei que Sou ou seremos todos Panto.s - Pantomime (informally, panto) refers to a theatrical genre, traditionally found in Great Britain, Australia, South Africa, New Zealand and Ireland, which is usually performed around the Christmas and New Year holiday season - actores neste palco gigante e infinito que é a Vida?
Bom para meditar. Que nos faça bom-proveito!

13 May 2007

Sussurros

Fotografia "AntMan"


Escorres sussurros nos meus ouvidos
deixas que o arrepio se perca na carícia
do beijo intenso e ao leve do toque
com que os dedos percorrem a pele
e reclamam o caminho das sensações

Percorres lugares desconhecidos e
incontáveis, que se anunciam à tua
passagem e se te entregam, dados,
despojados, vencidos pelo prazer
mudos, gritanto por mais e mais.

Desperto desta quase incosnciência
onde só o sentir tem sentido e lugar,
ajeitando-me a ti, aos caminhos que
adivinho mas, que não virão a ser,
antes desenhados pela surpresa.

Arrepios renovados nos sussurros
vertidos, dizem palavras distantes
e tão próximas, falam de lugares,
promessas e perdições, de sonho
e sentidos nunca antes pensados

... gravados nos corpos ao prolongar do sentir!
"MC"
.

10 May 2007

De tarde

Fotografia "AntMAn"

A brisa corre fresca neste
fim de tarde, suportada por
verdes, despede-se do inverno
como se o quisesse conservar,
mas os raios de sol nao desistem
aparecem como coberturas de
calor e ternura, agasalhando,
envolvendo, indiferentes,
certos de que aquilo que
trazem, vem para ficar,
como se o inverno não
_____________regressasse.

06 May 2007

De Espaços


Envolvo-me em ti em abraços de
mar e sois iluminados, penetro os
teus mundos deslizando em fluidos
partilhados de desejos antecipados

... de caricias e olhares trocados.


"MC"

Universo fascinante


A Galaxia do SOMBRERO, que fascina quantas vezes olharmos para ela. A explicação, também ela fantástica, aqui no APOD

28 April 2007

Gliese 581


The unremarkable star centered in this skyview is Gliese 581, a mere 20 light-years away toward the constellation Libra. But astronomers are now reporting the discovery of a remarkable system of three planets orbiting Gliese 581, including the most earth-like planet found beyond our solar system. Gliese 581 itself is not a sun-like star, though. Classified as a red dwarf, the star is much smaller and colder than the Sun. Still, the smallest planet known to orbit the star is estimated to be five times as massive as Earth with about 1.5 times Earth's diameter. That super-earth orbits once every 13 days, about 14 times closer to its parent star than the Earth-Sun distance. The close-in orbit around the cool star implies a mean surface temperature of between 0 and 40 degrees C - a range over which water would be liquid - and places the planet in the red dwarf's habitable zone.
Da APOD

27 April 2007

-Onde estavas no 25 de Abril? Perguntou-me um dos meus filhos.

Complementou a pergunta de forma quase imediata:
-E também foste para a rua e puseste cravos nas armas?

Não filho, não fui para a rua pelas razões que viste na televisão. Aliás, o meu mundo nessa altura estava bem distante, em todos os aspectos.

Tinha saído de casa para o Liceu Nacional Salazar na minha Mini Yamaha azul, bem cedo como se usa em África. As aulas deveriam acabar antes da hora em que o calor aperta realmente. Banguei até aos madiés que estavam à minha espera. Companhia de aventuras mil em terra sem televisão, terra de inventar e de soluções encontradas das formas mais originais.
Aí disseram:
-Sabes que estão a rebentar um golpe de estado lá no "puto"?
-Ué! Golpe de estado? Q'éssa coisa? Tás a dizer quê?
-Revolução, ué!
-Revoluquê??. Tás a gozar, meu!
-Sério, a tropa e quê, tão lá a atirar nos Tugas!

Bazei a dar-lhe gás até casa, para dar a novidade ao cota. E que novidade! Ligou a onda curta, que habitualmente me martirizava os domingos à tarde, com os relatos do Sporting, como se o Recreativo do Uíge não chegasse, nesta terra de 16.000 habitantes e de fronteira com a floresta virgem. No meio do ruído das ondulatórias (hoje sei isto) tentou perceber o que se passava. Ligou aos amigos e outros conhecidos recebeu inúmeros telefonemas (imagino a operadora do PBX da cidade louca a cravar cavilhas, a tentar escutar as conversas e manter-se a par da vida pessoal de cada um e de todos) e daí seguiu-se o dia quase normal, excepto o facto de as notícias e os telefones ocuparem a quase totalidade dos tempos livres.

- Aprendi nesse dia várias palavras novas, meu filho! Eu que sempre adorei palavras novas, introduzi, no meu vocabulário, pelo menos estas, tiradas dos diálogos que a custo ia entendendo e tentando perceber. Para mim, ainda não iriam ter um significado lógico e de porquês. Isso iria acontecer mais tarde. Revolução, Golpe de Estado e Independência.
Muitos cotas repetiam estas palavras, a rádio falava de governantes presos, gente na rua batia palmas a algumas notícias, outros pareciam preocupados. Mas nesse dia, pouco ou nada mudou nesta cidade pasmaceirenta que era o meu mundo 10 meses de cada ano.
Visitei a minha paixão, a garina com quem não tinha sequer trocado um beijo, mas que me alimentou a imaginação e o desejo pelo menos dois anos (nunca ganhei coragem para lhe dizer o quanto a queria ...). Aí sim, senti uma energia de alegria enorme, incontida. Percebi que nessa casa as pessoas estavam à espera deste dia, anciosos. Que mesmo ainda a medo, falavam de coisas novas que nunca, em dois anos anteriores, nos meio de jogos de canasta e crapôs, de convívio divertido, eu sequer teria imaginado. Percebi que existiam "os outros", pessoas que pensavam coisas que para mim não existiam até então. Percebi que o meu sentir de Angolano poderia ser mesmo, e que Angola poderia tornar-se aquilo que muitos chamavam nesse dia, a palavra que acabava de aprender, Independente, o que quer que isso sigificasse. Só sabia que não seríamos mais Portugueses mas sim, Angolanos, aquilo que sempre fui. Lá no "puto" era outra coisa, seria com "eles", mas que «muita coisa vai mudar, sem dúvida» era confirmado a cada passo e a cada conversa adicionada, escutada com atenção redobrada, razão da curiosidade por novas palavras e por novidades. Não entendi nada nesse dia. Quando tudo parecia claro, eis que uma nova conversa alterava tudo. O meu pai estava feliz:
-Finalmente, finalmente!
Foi assim nesse dia, sem "saídas para a rua" nem "pôr cravos nas armas". O meu mundo estava a 8.000Kms de distância e mesmo assim, iria alterar-se completamente nos tempos que se seguiriam.
Sempre te disse que sou "preto", que nasci "preto". Ainda hoje, tempos passados e experiências volvidas, ininterruptas, diferentes, em vários cantos de diversos continentes, tenho o meu coração ancorado lá, onde sempre me senti, me sinto em casa, cada vez que retorno, cada vez que o avião se inunda dos cheiros e sensações tão familiares, tão naturais, tão de mim, cada vez que a porta se abre, especialmente nas madrugadas, depois da chuva que molhou a terra vermelha e esta nos entrega o melhor de si, o cheiro, o eterno cheiro de terra quente molhada!

Continuarei a contar-te, sempre que queiras, sempre que os nossos serões possam ser partilhados, inundados de histórias e contos, uns felizes, outros nem tanto, mas concerteza da minha vivência e experiência, sempre com emoção e talvez, no intervalo dos teus programas de televisão, dos jogos na PS2 e do skate. O que seria o meu carro de rolamentos, construído carinhosamente por mim, assento estofado, corda quase inquebrável, rolamentos usados retirados da oficina mais proxima, arco do eixo da frente aproveitado das tabuas das barricas de vinho vindas do "puto", comparados com tanta tecnologia que actualmente tens à tua disposição? Mas compreende, ou pelo menos tenta, eu construía os meus próprios brinquedos, envolvia-me e interessava-me pelos meus projectos e ideias.
O 25 de Abril tem a ver com envolver-mo-nos, com interessar-mo-nos pelos nossos próprios projectos, saber partilhar ideias de forma construtiva.

Pena que todos nos tenhamos esquecido disso! Pena, não participarmos! Pena, não nos envolvermos! Hoje, à distância que o tempo permite, seria esse o maior benefício do 25 de Abril.

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03 April 2007


Magníficas imagens, como sempre, e com as explicações aqui no APOD

30 March 2007

Cordeiro de Deus - como Todos, sem excepção somos átomos de, parte integrante, pertença de Um Todo que nos une, que nos dá a identidade de Ser. Que nos mostra que devemos antes de mais, respeitar-mo-nos, aceitar-mo-nos. Tudo seria tão mais simples .... Deus, Mozart, Karajan, eu, tu, não seremos todos Eu?

26 March 2007

Times are achanging

Foto "MC" Polish Weather

Mudar, relocate, adaptar, integrate

De tempos a tempos, ciclos fecham-se para que outros se abram, fechamo-nos nuns impedimos os novos,nem sempre de forma fácil, nem sempre de forma indolor, mas se aceitarmos e permitirmos, mais cedo ou mais tarde percebemos as razões que pediram que se fechassem uns para outros se abram e decorram. Não me quero arrastar em ciclos , mas sim vivê-los. Não quero observá-los só, quero participar neles, entendê-los, senti-los, até porque são mesmo ... meus.

Dzien Dobry, ou como quem diz, Bom Dia.



16 March 2007

Recordações I (Vou escrever-te)

"Teia" Foto e trabalho de Photoshop de Teresa Gonçalves.


Por vezes consigo mesmo rebuscar os cheiros e o toque e isso é duro, tendo sempre como alternativa rir-me, de sorrir-te de lembranças de doces momentos. Tenho, como tu, dias mais despertos que outros, depois, ja são muitos, demasiados, os anos de decisões, escolhas, espaço a um. Isso faz-me mal só que, quando observo, já cá estou! Este escrever não é o que te falei, esse é mais longo, mais de alma. Gosto de escrever com sabor de deslizar e quando as palavras escorrem sem pensar nelas, quando a alma se abre. Hoje em dia não o faço com ninguém, excepto contigo numa ocasião e aquela que tem andado na minha ideia. Há-de encontrar-se com este teclado e daí .....

Vou escrever-te, mas com tempo a escorregar, porque se me toco, digo tudo quanto te teria dito se, me tivesses deixado sentir para dizer, ou a minha boca não tivesse ficado seca com receio do rio de palavras que poderia seguir-se. Do teu corpo, do meu, e deste fascínio que me deita sempre na tua sala, mesmo sem música.

.... bailas de quando em vez na tua sala dentro da minha cabeça, com o sol incluído, estranhos estes encontros desencontrados com ageizados de defesas e armaduras de ataque, mas tu, deixas-me sempre um sabor a pouco .... a mais querer de querer e desapareces tal como chegaste e eu, que já não sinto segurança, ainda mais abano.


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14 March 2007

Recordações

Foto no APOD



De tempos a tempos ocorres-me, ficas suspensa na minha imaginação, trago de volta as memorias, brinco com elas e contigo . . .

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... estas coisas tão pequeninas ...

Fotografia in "O Público"

... coisas de cá, daquelas que ciclicamente são trazidas à luz do dia, saem, sem sequer serem caixinhas-surpresa, por tão preparadas antecipadamente nos gabinetes sombrios dos pequenos poderes construídos nos pequenos ódios, viscerais invejas e frustrações. Um secretario da (in)cultura aliado duma ministra da mesma (in)cultura, sem coragem, amargo, vingativo e de objectivos quase claros, coloca-se em pontas-de-pés (única forma de aparecer) e faz uso do treino e experiência adquiridos em métodos de controle cruzado, tiques estalinistas e muitos anos de graves dores intestinas de espera da oportunidade de palco. Uma ministra de guerrinhas sem sentido, de processos mal conduzidos e produção de mentiras contínuas, desiformçaõ generalizada mas de sentido definido, recorde-se o túnel do Porto, o CCB/Colecção Berardo e que nada apresenta de novo de projecção da cultura Portuguesa, de intervenção directa sobre eventos com réplica para além dos sombrios gabinetes intervenientes, que apoia(?) o fim ou pelo menos se cala, perante tudo aquilo que de alguma forma contribui para a divulgação de cultura, como a Festa da Música no CCB, para que o nome de Portugal e as salas de espectáculo portuguesas se imponham dentro e fora de portas, não merece o nosso respeito, muito pelo contrario, merece o nosso apupo, ser pateada e obrigada a deixar de vez o "palco" em que insiste mostrar-se.

Revoltante e vil a forma de despedimento de Pinamontti, um verdadeiro profissional da Cultura, alguém que se dedicou profundamente ao Teatro Nacional de S. Carlos, que virou este teatro para a rua, até no sentido literal do termo, que demonstrou que mesmo com orçamentos reduzidos se produzem espectáculos para todos, com enorme qualidade, excelentes executantes, excelentes encenadores, com públicos ávidos, espaços esgotados, é sobejamente demonstrativa do acima exposto, num intrincado de subreptícia, mentira, manipulação, utilização dolosa de palavras e deveria ser o último gesto deste verdadeiro "bando de malfeitores".


... ou então continuaremos nós, cada um de nós, a suportar estas coisas tão pequeninas ....

13 March 2007

Jessye Norman sings

Esta voz forte, encorpada e no entanto, cristalina ... Jessye Norman

12 March 2007

Primavera

Atravesso a manhã de longo,
estendo o tempo e os gestos
deito momentos lânguidos
nas nuvens que passam.

Deslizo inspirares profundos
sentindo o meu espaço
preencher-se de tons matinais
concedendo brilhos que
a brisa transporta levando
a minha voz sussurrada.

Escuto cantares esvoaçantes
desenhando no ar movimentos
ondeantes de apelos da natureza
de chamamentos de primavera
impostos, nesta estação de
pinceladas coloridas em pétalas.

A água desliza suave, ocupando
espaços de margens partilhadas
nos dias que correm longos, cálidos
e convidam a saborear momentos.

"MC"

07 March 2007

Instantes cruciais

Ontem escrevi, arrastei um poema
trouxe-o à escrita, ao correr dos dedos
senti-o e acima de tudo, ouvi-o
no final ... no final .... !!!!
a ligação foi abaixo e perdi-o.

:0))))

04 March 2007

E foi assim


Ontem vi-te, deslumbrante
envergonhada a esconderes-te
como todos, subi a serra para
ficar mais perto, pensei que
seria o primeiro, estarias para
mim, antes de mais, olhava
tentando escutar-te, ouvir
o que dizias, o que trazias,
de tanto querer, permaneci,
deixaste que te visse-mos, ate
que a Terra te ajudasse, com
o veu do teu misterio, que nos
diz que estas, mesmo sem te
vermos, para ajudar chamaste o
nevoeiro, no momento certo, nem
antes, nem depois.
Eclipse da Lua em Virgem ..........

............... o reinicio!

03 March 2007

E acontece hoje, esta noite!


February 12, 2007: Picture this: The year is 2025 and you're on the moon. "Home" is 100 meters away—an outpost on the rim of Shackleton Crater. NASA started building it five years earlier, and it is growing fast. You're one of the construction workers.
As always in these polar regions, the sun hangs low, barely above the craggy lunar horizon. You adjust your visor. It amazes you how bright a low sun can be when there's no atmosphere to dim it.
Suddenly, the lights go out.
Up in the sky, a big black disk covers the sun. A red "ring of fire" appears where the sun was only moments before, and its glow turns the ground red beneath your feet.
You've been waiting for this. It's an eclipse.
Right: On the moon, the ground turns red during a lunar eclipse. This photo was taken by Doug Murray of Palm Beach Gardens, Florida, during the total lunar eclipse of Oct. 27, 2004. [More]
Astronauts on the moon are going to experience eclipses typically once or twice a year: Earth glides in front of the sun turning lunar day into a strange kind of ruddy night. It'll be one of the highlights of any lunar tour.
The charm of the eclipse comes from Earth. Our planet is big enough by a factor of three to block the entire sun but, curiously, this doesn't cause complete darkness. Rays of sunlight bend around the edge of Earth, filtering through the atmosphere. As seen from the moon, the edge of Earth lights up like a sunset-red ring of fire—one of the most beautiful sights in the solar system. (A simplified, 1.2 MB animation of the process may be seen here. Credit: Graphic artist Larry Koehn.)
Can't wait until 2025? The next eclipse is right around the corner: Saturday, March 3, 2007. Stuck on Earth, we can't see the ring of fire, but we can see the red glow it produces on the moon. The phenomenon will be visible from parts of all seven continents including the eastern half of North America.

Above: A visibility map of the March 3, 2007, total lunar eclipse. Credit: Fred Espenak, NASA/GSFC. [More]
In the USA, the eclipse will already be underway when the moon rises on Saturday evening. Observing tip: Find a place with a clear view of the eastern horizon and station yourself there at sunset. As the sun goes down behind you, a red moon will rise before your eyes.
Rising moons are often reddened by clouds or pollution, but this moon will be the deep, extraordinary red only seen during a lunar eclipse. As you watch it ascend into the night, imagine what it would be like to stand by Shackleton Crater watching from the opposite direction.
It's not so far-fetched. NASA plans to return astronauts to the moon no later than 2020. From their polar base camp, humans will explore the countryside hunting for resources they can use to "live off the land." They'll study the moon's geology, learning more about the unique potential of the moon to reveal ancient secrets of Earth and the solar system. They'll also evaluate technologies needed for future missions to Mars.
And occasionally when the ground turns red, they'll pause and look up at a glowing ring in the sky.
March 3rd is a good night to imagine that.

02 March 2007

Ravel Bolero Herbert von Karajan (part 1)

Teria que me repetir ... para ouvir e meditar!

27 February 2007

Praia

Navego os teus mares revoltos
em esperança de calmarias
Banho-me no azul das tuas águas
em transparências de verdes
Passo corais de vida e cor
em registos de ternuras
tocado ao de leve pela espuma
em rebentações na minha praia.

"MC"

22 February 2007

Mutter-Karajan-Vivaldi-Winter-mov3

Para aquecer, o corpo e o coração.

Sombras deslumbradas

Fotografia "MC"

Reabro, entre-vejo,
cuido de ter, fico.
Sobra-me o espaço,
sorrio, chamo.
Ocupa-me, quero,
preenche-me.
Quando me movo,
moves-me.
Libertas-me num
movimento de um.
Atravesso o palco,
rodopio, salto.
Fujo do projector,
mostras o caminho.
Vou por onde nos
conduzes, confio.
Ocorre-me,
. . .
como sentes por onde quero ir?


"MC"



19 February 2007

Acordares

Os Pilares da Criação, aqui no APOD

As gotículas de chuva acariciam-me a face
acordam-me para o momento
que vivo, que percorro, relembram-me
que aquilo que me trouxe, já era, que
agora de novo sou, fui e virei a ser aquilo
que virei a ter sido, pela força do momento
que será, é, foi. Somos sonhos do passado
que quisémos para futuro que viria a ser
. . . mas que já foi.

As gotículas de chuva que me acariciam
a face, dizem-me para viver esse momento,
sem sonhos expectantes, sem reivindicar
o passado . . . agora!





"MC"

15 February 2007

Viagem

Foto no APOD

Rasgam-se-me as palavras que queria de veludo,
fluem escorreitas quando as queria contidas . . .
porque a minha viajem segue em direcção a ti,
em ansiedades de não querer querendo,
desejando em disfarces de desinteresse.
Não acredites em mim, a não ser naquilo que sentes em mim!
"MC"

14 February 2007

Karajan - Beethoven Symphony No. 4 in B Flat Major, Op. 60

Fale-se de emoção e precisão, de intuição e comunicação, impossível ficar indiferente a este fantastico meu interprete de sempre, Karajan.

08 February 2007

A minha Janela



Vejo-te todos os dias assim, ao nascer, por vezes envergonhado, escondido, explendoroso quando abres forte, risonho, a marcar e a despertar-nos para a tua presença, a aquecer-nos os momentos vagarosos da manhã, enquanto te agradeço a tua presença e as cores que te fazem companhia. Bom Dia

06 February 2007

Andrea Scholl at the BBC Last Night of the Proms

quando nos acabam com a maior festa da música sem razões compreensíveis, como o foram o fim do Ballet Gulbenkian, como o tentam actualmente com a CNB e o Teatro Nacional de S.Carlos, nem o continuado sucesso das Festas da Música em Nantes demovem as festas menores de vaidades e egos mesquinhamente sobredimensionados. Aqui fica um exemplo duma Grande Festa. Oiça-se e veja-se O Grande Andreas Scholl que humildemente nos entrega a sua Grandeza ... em FESTA.

01 February 2007

Por lugares meus

"A anunciação por Caravaggio"

Trago em mim tudo de ti
imagens sucedem-se ininterruptas
sorrisos acendem-se, desenham
labios perfeitos de onde jorram
palavras, expressões, dizeres,
tons que preenchem o espaço
onde me movo, que me trazem
vivo, desperto, um em ti,
que me transformas os dias,
os fins-de-dia dengosos, quando
o cansaço te estende as pernas
sobre o meu colo e pedes as mãos
que te acariciam numa massagem
longa e suave de carinhos, os
olhos desenham calma e ternura,
os braços se abandonam, deixados,
e se estendem num prolongamento
de gesto natural e o corpo que os
segue procura o aconchego, o
encaixe perfeito, transporta os
odores que também são meus,
que conheço e guardo em toda
esta luz que nos envolve, nos
torna parceiros, companheiros
de estar e sentir, de partilha.

Preenchido estou, deste Amor
que me inunda, que guardo
brotando imparável, que já
era muito antes de o ser, onde
já existias desde que me recordo.
Antes de mais quero ser teu,
amigo de sempre e para sempre,
depois quero continuar a ser teu,
companheiro de caminhada,
cúmplice dos teus calados suspiros,
dos teus gritos de alegria, de ti,
partilhar dando-te espaço, o teu,
despertar-te para a beleza que te rodeia,
que a vivas e sintas a cada instante, mesmo
quando parece que o nevoeiro persiste,
calar-te os choros que desejo escassos,
desejar que sejas um, em paz, com tudo,
com cada um e que cada momento seja
teu, em renovação e reinício, porque
quero para sempre ser o teu Pai,
... de cada um de vós que são meus.


Para os dois seres que deram sentido à minha vida.

30 January 2007

SER Criança (1)

Em 18 anos de andanças, presenças, umas mais extensas que outras, contactos com serviços sociais dedicados à protecção de crianças, conseguimos ficar com uma pequeníssima ideia, muito leve mas, com uma imagem criada pelas diversas situações em que se intervem ou se contacta. Quando se discute o aborto e as condicionantes em que pode legalmente ser uma opção, se grita de um lado e do outro os upsides e downsides da questão, torna-se tudo um mundo quase à parte, eu diria mesmo desfazado da realidade. Daí que, em consciência não consiga chegar a uma conclusão clara, nem sei se alguma vez chegarei. Quero, no entanto, deixar claro que esta opinião nada tem a ver com a questão do aborto, ou terá?

Existe uma pergunta que se me aflora, cada vez que que se chega ao tema adopção e que sistematicamente abtém respostas anacrónicas, de justificação duvidosa. Uma das condicionantes ao processo de adopção é, a não escolha à priori, da criança a adoptar. Estou em completo acordo se se contemplar a adopção vinda de alguém que se candidata e quer definir à partida o tipo, côr, côr de olhos, etc, etc.
Mas se, quando o desejo de adopção vem do facto de se terem criado as condições naturais entre pessoas que se foram conhecendo, aproximando, gostando e unindo ao longo de um período de tempo, proporcionado por exemplo, por um serviço de voluntariado? Nessa altura, aquilo que levou dois seres a reconhecerem-se, a entregarem-se e a aproximarem-se naturalmente, criando os laços afectivos , aqueles que realmente interessa, aqueles que quando não acontecem, geram as adopções falhadas, altamente problemáticas, altamente penalizantes para a criança e algumas vezes para os pais adoptantes, DEIXA de ser importante, não é possível ou usável como factor positivo. Passa a empecilho na hipotese dos pais (pai ou mãe) adoptivos quererem adoptar aquele ser, em que o sentimento de AMOR é mútuo.
Não convirá mudar alguma coisa mais à Lei de Adopção?
Mas pouca gente refere as crianças devolvidas ( sim, devolvidas) porque «não era bem isto que queríamos!», « já não aguentamos mais!» e muito provavelmente um rol de outras razões que nos deixariam boquiabertos. Isto porque foi tudo feito de acordo com a lei, a justiça, as milhentas análises psicológicas, comportamento, elegibilidade dos candidatos, muitos chás e bolachinhas, controlados por um exército de gente valorosa e com muitos cursos, algumas vaidades e projecções, transferências e auto-satisfações.
Por outro lado, temos que reconhecer muito especialmente, todos e são ainda muitos, os que se dedicam de alma e coração aberto a defender na realidade as crianças, os seus direitos, o seu bem-estar e conforto.

.para continuar.

27 January 2007

Slow

Fotografia "MC"

Eu cá, não quero ser contra!
contra-fast,
food e todas as outras coisas que se comam,
que nos alimentam, que nos preenchem
... sou mesmo pelo faça-se slow!
saboreie-se,
sinta-se,
cante-se,
sussurre-se,
acarinhe-se as palavras aconchegando-lhes o significado
com ternura e acima de tudo, sentindo-as,
amparando com gestos, longos, lentos, amplos
regados o suficiente num movimento de tempo
suspenso, quase flutuante, como se eternidade
navegasse as ondas de todo um oceano
... olhando.



"MC"

26 January 2007

O Grande Silêncio



A Atalanta Filmes vai estrear no próximo dia 8 de Fevereiro o filme O GRANDE SILÊNCIO, documentário de Philip Gröning que ganhou o Prémio de Melhor Documentário Europeu. O GRANDE SILÊNCIO é o primeiro filme sobre a vida interior da Grande Chartreuse, casa-mãe da Ordem dos Cartuxos, uma meditação silenciosa sobre a vida monástica na sua forma mais pura. Dezassete anos depois de ter pedido autorização para filmar no mosteiro, é dada autorização para entrar ao realizador, que filmará a vida interior dos monges cartuxos. Sem música, à excepção dos cânticos do mosteiro, sem entrevistas, nem comentários, ou artifícios. É um filme sobre a presença do absoluto e a vida de homens que dedicam a sua existência a Deus.

O filme estará em exibição no Cinema Nimas (Av. 5 de Outubro, 42B), em Lisboa. apoiem na sua divulgação.





22 January 2007

Amazing Universe


Imagens extraordinárias com as explicações sempre fantasticas, a ver aqui . Agora também no hemisfério sul. Não resisto partilhar.



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